FUTEBOL E NEGÓCIOS
DIVULGAÇÃO/OKTO INVESTIMENTOS
Dudu Cearense em ensaio fotográfico; ex-atleta da Seleção atua como CEO da OKTO Investimentos
Publicado em 27/4/2025 - 9h20
Após uma carreira de quase 20 anos no futebol, o ex-jogador da Seleção Brasileira Dudu Cearense pendurou as chuteiras e trocou os gramados pelo mercado financeiro. Desde 2019, ele ajuda jogadores a administrar o patrimônio e a construir a tão sonhada liberdade financeira — sem cair em golpes no caminho.
"Já vi de perto como o futebol pode ser um ciclo vicioso. Queria ter escolha, tempo e controle, e encontrei isso no mercado financeiro. Além disso, queria ajudar quem, como eu, já faturou alto ou está no começo da caminhada. Eles precisam entender que o futebol pode potencializar outras áreas", afirma Dudu em entrevista ao Economia Real.
Hoje, o ex-jogador lidera a OKTO Investimentos, assessoria financeira ligada ao banco BTG Pactual que atende empresários, profissionais do universo esportivo e empresas. "Não sou CLT, não sou banco, não tenho meta de produto. Sou a extensão do meu cliente. Ajudo a construir liberdade financeira com clareza, usando minha experiência como atleta e investidor para traduzir o mercado financeiro para quem quer crescer com segurança e perpetuar capital para as próximas gerações."
Por questões de sigilo bancário, Dudu não revela os nomes dos atletas que atende, mas afirma que tem clientes em atividade tanto no futebol quanto em outros esportes.
O futebol vai continuar crescendo como negócio. Mais dinheiro, mais marketing, mais visibilidade internacional. Por outro lado, isso aumenta ainda mais a nossa responsabilidade. Quero ser referência no apoio a atletas e profissionais bem pagos para que não desperdicem o que construíram ao longo da vida", ressalta.
"Atendo atletas que poderiam se aposentar hoje e viver com renda passiva vitalícia. Mas isso é só um detalhe. O mais importante é o pós-carreira. O que fazer depois? Quero ver menos ex-jogador com problemas financeiros e mais ex-jogador investidor, mentor, livre. Minha missão é essa: transformar salário em liberdade — com estratégia, verdade e visão de longo prazo", reforça.
Dudu ficou famoso no futebol russo, foi campeão da Copa América com a Seleção Brasileira em 2004 e jogou em grandes clubes nacionais, como Botafogo e Atlético-MG. Agora, aos 42 anos, ele se define como "mentor, empresário e especialista em investimentos". O objetivo não é mais o gol, e sim a liberdade financeira de seus clientes.
Enquanto ex-companheiros de Seleção como Luís Fabiano e Diego Ribas seguiram caminhos mais tradicionais no pós-carreira, como o posto de comentaristas na TV, Dudu optou por um campo completamente novo. Segundo ele, sua entrada no mundo financeiro representou um recomeço, mas com mais consciência.
Não entrei no mercado financeiro. Eu nasci nele no pós-carreira. No futebol, a gente ganha, gasta e vive no impulso. No mercado, isso cobra um preço alto", afirma.
Para ingressar na nova carreira, Dudu faz faculdade de Ciências Econômicas, obteve as certificações exigidas pelo setor e desenvolveu seu próprio plano de negócios voltado a atletas e profissionais de alta renda. "Falo como alguém que viveu o luto do pós-carreira e se reinventou nas finanças", complementa.
Em 2024, os clubes brasileiros movimentaram R$ 41,3 bilhões, um crescimento de 24% em relação a 2023, segundo a Sports Value. Mas, apesar dos salários milionários em destaque, o salário médio de um jogador no Brasil gira em torno de R$ 3 mil, segundo o Glassdoor. Com uma carreira curta, de cerca de 15 anos, muitos enfrentam instabilidade financeira — e alguns acabam vítimas de golpes.
"É preciso entender que a carreira no futebol tem prazo de validade. Além disso, todos precisam aprender que dinheiro não some, ele é mal direcionado. Mesmo com salários baixos, dá para criar um plano de segurança, montar uma reserva e aprender o mínimo para não depender de ninguém. Falta orientação, clareza e disciplina", defende o empresário.
Para ele, os clubes também deveriam preparar melhor os atletas nesse aspecto: "Assim como treinam corpo e mente, poderiam treinar o jogador para lidar com dinheiro. A educação financeira deveria ser parte da rotina. Mas poucos clubes priorizam isso. Enquanto não muda, cabe a nós — ex-atletas, mentores e empresários sérios — assumir essa missão".
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