FAST TENNIS

A cena humilhante que ele viu e transformou em uma franquia milionária

RENATA ROMAO/DIVULGAÇÃO

Imagem de Lucas André, CEO da Fast Tennis, segurando uma raquete

Lucas André, CEO da Fast Tennis; ex-executivo viu uma cena humilhante na empresa e mudou tudo

Publicado em 8/6/2025 - 12h00
Atualizado em 8/6/2025 - 16h00

Executivo com passagens por Claro e Oi, Lucas André encontrou no tênis um esporte capaz de unir saúde e diversão. A paixão foi tanta que ele decidiu abrir uma quadra e transformar esse hobby em negócio. Mas um episódio inaceitável fez com que ele reconstruísse a empresa do zero e assim nasceu a Fast Tennis, rede de academias de tênis que já fatura R$ 5 milhões e deve encerrar 2025 com R$ 20 milhões em receita.

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"Ainda trabalhava em outra empresa e, durante a manhã, era cliente do meu próprio negócio, pois fazia as aulas de tênis. Naquele dia, um dos alunos do meu horário não estava muito animado. O professor parou a aula e disse na frente de todos: 'Vamos mexer essas pernas? Se não estiver com disposição, não venha na minha quadra. Se vier aqui, tem que fazer o melhor'. Esse aluno pediu desculpas, falou que ia melhorar e seguimos", relembra Lucas em entrevista ao Economia Real.

A cena foi inaceitável: um colaborador havia constrangido um cliente e o próprio dono da empresa estava presente. "Saí daquela aula indignado. Minha vontade era fechar tudo. Eu pensei: que produto é esse em que o cliente é humilhado, pede desculpas, paga e ainda agradece? Tinha algo profundamente errado", desabafa.

A partir daquele momento, o administrador decidiu reformular completamente o modelo de negócio e reposicionou a empresa com foco total na experiência do cliente e não na performance esportiva. Todos os professores passaram por treinamentos em comunicação positiva, programação neurolinguística e neurociência.

Além disso, recebem aulas semanais de aperfeiçoamento técnico durante o expediente. Na outra ponta, a Fast Tennis investiu em tecnologia para tornar o serviço acessível e simples: o aluno pode fazer tudo por um aplicativo — da assinatura ao agendamento das aulas. Não é necessário levar raquete nem ter experiência prévia.

O cliente é sempre maior do que o processo. É ele quem dita o que funciona. Nosso papel é criar um ambiente em que ele se sinta valorizado, respeitado e capaz", afirma André.

Em 2021, após o episódio com o professor, o ex-executivo reuniu os sócios, definiu um novo propósito e traçou metas ambiciosas: tornar a Fast Tennis a maior rede de academias de tênis do mundo até 2028, com mais de 300 unidades, cinco mil colaboradores e 50 mil alunos.

Hoje, a empresa soma 75 franquias vendidas, sendo 17 já em operação em Belo Horizonte (MG), Sete Lagoas (MG), São Sebastião do Paraíso (MG), São Paulo (SP), Barueri (SP), São Caetano do Sul (SP) e Rio de Janeiro (RJ). O investimento inicial para uma franquia esportiva gira entre R$ 250 mil e R$ 300 mil, com estrutura adaptável ao perfil do investidor.

Crescimento da empresa

A Fast Tennis conta com o apoio da 300 Franchising, aceleradora especializada no mercado de franquias, e boa parte do seu sucesso veio da experiência positiva dos primeiros franqueados.

"Quem entra, compra a segunda unidade", diz André. "Quase todos os nossos franqueados vêm do mercado corporativo e buscam propósito e autonomia. A Fast entrega isso com um modelo rentável".

Além da expansão nacional, a Fast Tennis já iniciou sua jornada internacional. A empresa negocia contratos em Portugal e na Argentina, enquanto desenvolve programas de inclusão social e formação profissional como estratégia de impacto.

Um dos projetos prevê que, a cada 20 alunos pagantes, uma bolsa seja destinada a um estudante de baixa renda. Outro programa pretende formar professores e gestores que vivem em comunidades periféricas, o que proporciona oportunidades reais de capacitação e geração de renda. "Tem muita gente talentosa por aí. Só falta oportunidade", afirma André.

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