ENTENDA NA PRÁTICA
TIMA MIROSHNICHENKO/PEXELS
Empreendedores devem organizar custos nas empresas para alcançar o sucesso; confira as dicas
Publicado em 13/6/2025 - 10h00
A contenção de gastos empresariais nada mais é do que "cortar os excessos" da empresa para reduzir custos sem comprometer a operação. É como fazer economia doméstica: você cancela assinaturas desnecessárias, renegocia contas e evita desperdícios.
No contexto corporativo funciona da mesma forma — uma padaria, por exemplo, pode negociar melhores preços com fornecedores, trocar lâmpadas comuns por LEDs ou evitar a compra de ingredientes com baixa saída. O objetivo principal é promover lucratividade e saúde financeira, além de evitar que a empresa "quebre" por gastar mais do que fatura.
Pequenos negócios geralmente operam no "fio da navalha", com margens apertadas. Por isso, conhecer exatamente o que entra e o que sai do caixa é essencial.
Registre todas as despesas, mesmo as menores — aqueles R$ 10 do cafezinho ou R$ 50 de combustível somam bastante no fim do mês. Utilize planilhas simples ou aplicativos gratuitos de controle financeiro. É igualmente importante separar as finanças pessoais das empresariais: misturar as duas pode causar confusão patrimonial e dificultar a gestão do negócio.
As formas mais eficazes de reduzir custos empresariais são acessíveis e práticas. Entre elas, destaque para:
Uma loja de roupas, por exemplo, pode reduzir gastos ao controlar melhor o estoque, utilizar redes sociais gratuitamente para divulgação, e incentivar o pagamento à vista em dinheiro ou via Pix, o que evita taxas de cartão.
Para empresas do varejo, desperdício é um ponto crítico. É fundamental controlar produtos vencidos, materiais danificados e sobras descartadas. Um restaurante que reduz o desperdício de ingredientes pode economizar valores expressivos no fim do mês.
Adote o sistema PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai) e monitore produtos com baixa rotatividade, evitando renovação de estoque desnecessária.
O grande segredo está em não cortar o que é essencial para o bom funcionamento da empresa. Uma clínica não deve economizar em equipamentos de segurança; um restaurante não pode optar por ingredientes de baixa qualidade; e uma loja precisa manter um ambiente bem iluminado, mesmo diante do custo da energia.
Demitir funcionários deve ser a última alternativa, pois além de sobrecarregar a equipe e comprometer o atendimento, representa um custo elevado devido à carga tributária trabalhista. A contenção de gastos deve ser sempre inteligente e planejada.
Uma empresa que controla bem seus gastos consegue manter a qualidade do serviço e ainda aumentar o lucro. Ao negociar insumos em maior quantidade, organizar o estoque e evitar desperdícios, o negócio economiza sem perder eficiência.
Esse dinheiro economizado pode ser usado para investimentos estratégicos, como novas ferramentas, aumento salarial da equipe ou formação de uma reserva de emergência. O segredo da boa gestão financeira empresarial está em cortar o supérfluo, não o essencial.
Não vacile: um bom planejamento de despesas em tempos difíceis é crucial para preservar a saúde do negócio. Em um país onde empreender é desafiador, manter o controle financeiro é mais do que uma boa prática — é uma estratégia de sobrevivência para quem quer crescer de forma sustentável.
*As opiniões do colunista não refletem, necessariamente, o posicionamento do Economia Real.
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