OLHO NOS INVESTIMENTOS
Selic está em 15% ao ano, maior nível desde 2006. Veja onde investir em 2025: Tesouro Direto, CDBs, ETFs de renda fixa e alternativas à poupança.
TOWFIQU BARBHUIYA/UNSPLASH
Com alta dos juros, investimentos financeiros ganham cada vez mais destaque e rentabilidade
Publicado em 26/8/2025 - 13h00
Depois de sete ciclos de alta seguidos, o Banco Central manteve a taxa Selic (taxa básica de juros da economia e referência para todas as demais taxas) em 15% ao ano. É o maior patamar desde julho de 2006. A maior parte dos economistas acredita que a Selic permanecerá nesse nível até o fim de 2025.
Se você não tem dívidas (que devem ser a prioridade número um), especialistas recomendam reservar entre 10% e 15% do salário para investir e aproveitar esse cenário.
Juros altos por muito tempo prejudicam o crescimento econômico, por isso, analistas orientam que o investidor siga cauteloso e priorize investimentos de menor risco, como a renda fixa — a principal indicação para este semestre.
Com juros elevados, cresce a preocupação com a saúde financeira das empresas. Apesar de vários economistas considerarem que a bolsa brasileira está em "promoção", os investimentos em ações são desaconselhados para quem não tem perfil arrojado. O sobe e desce da bolsa exige resiliência e visão de longo prazo.
O cenário internacional também pesa. Com o tarifaço de Trump e incertezas externas, o investimento estrangeiro na B3 registrou saída líquida de R$ 6,26 bilhões, pior resultado em 15 meses. No mesmo período, o Ibovespa caiu 4,47%, e segue volátil em agosto, apesar de alguns ganhos recentes. As expectativas estão atreladas à possível redução de juros pelo Federal Reserve (Fed) nos EUA e à melhora da inflação no Brasil.
O IPCA-15, divulgado nesta terça (26), registrou uma queda de 0,14% em agosto, na primeira deflação em dois anos. Já o Boletim Focus mostrou queda nas projeções de inflação: para 2025, caiu pela 13ª semana seguida, de 4,95% para 4,86%; para 2026, de 4,40% para 4,33% — ainda acima da meta de 4,5%.
Um conselho certeiro neste cenário é: fuja da poupança, o investimento que menos rende.
Em tempos de incerteza, a renda fixa é a grande vencedora. Segundo a B3, o número de investidores em renda fixa cresceu 20% no segundo trimestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando 100,2 milhões de CPFs. Com a Selic em 15%, a preferência do investidor é clara: segurança e previsibilidade continuam sendo prioridade.
*As opiniões do colunista não refletem, necessariamente, o posicionamento do Economia Real.