MANUAL DE CARREIRA
REPRODUÇÃO/FREEPIK
Emojis em notebook; entenda o que faz um social media e como esse profissional trabalha
Publicado em 26/8/2025 - 6h00
Posts bonitos e legendas bem feitas de influencers e lojas online não surgem do nada. Por trás, há sempre o trabalho de um profissional de social media para assegurar que o melhor conteúdo seja entregue. Em um país onde cerca de 6 em cada 10 pessoas utilizam as redes sociais, segundo um levantamento do Datareportal, essa profissão se torna cada vez mais relevante, tanto no mercado corporativo quanto de forma autônoma.
O social media é o profissional responsável por administrar plataformas como Facebook, Instagram, TikTok, LinkedIn e X (antigo Twitter), ao utilizá-las como canais de marketing digital e branding. Diferente do marketing tradicional, a função prioriza a interação e o diálogo com o público, a criação de conexões reais com clientes e comunidades online.
Foi assim com Victoria Ribeiro, que começou em 2019, quando ainda trabalhava no jornalismo tradicional. O primeiro cliente veio por indicação de uma amiga — e, a partir daí, a carteira cresceu até que ela decidiu deixar o emprego fixo e empreender. Durante a pandemia, o número de clientes dobrou.
"Percebi que realmente dava para ter mais aventuras empreendendo do que ficar no jornalismo tradicional. A profissão de social media hoje não é mais o futuro, ela é o presente. Toda empresa vai precisar em algum momento da sua trajetória", afirma Victoria ao Economia Real.
O que começou como freelancer de social media virou, há mais de seis anos, a agência Volpe Mídia, que já atende clientes desde o início. Hoje, o negócio conta com sete funcionários e fatura cerca de R$ 150 mil por ano.
Para a empreendedora, mais do que técnicas de marketing, habilidades interpessoais foram cruciais. "Não é algo que a gente aprende na faculdade ou em minicursos, é algo que se desenvolve na prática", explica.
Segundo Victoria, o mercado de gestão de redes sociais passou a ser visto com mais seriedade nos últimos anos. O lado positivo é o reconhecimento da profissão, que permite cobrar melhor pelo trabalho. O lado negativo, porém, é a enxurrada de cursos rápidos que prometem formar profissionais em pouco tempo, o que aumenta a concorrência.
"A gente começa de baixo, com contratos básicos, mas precisa continuar estudando sobre estratégia, dados, SEO, entrega orgânica e inteligência artificial. Só assim você amadurece a ideia de empreender e encontra formas de escalar o negócio. Estudo e atualização são indispensáveis para não ser apenas mais um fazedor de posts no mercado", destaca.
diVULGAÇÃO
Victoria Ribeiro e Raul Martins
Já Raul Martins, estudante de Jornalismo na UFPA, mostra que é possível começar cedo. Apaixonado por futebol e redes sociais, ele iniciou de forma voluntária em um time pequeno no Pará e hoje trabalha no Clube do Remo, onde administra as redes sociais e atua como fotógrafo do time. Além disso, atende clientes fora do esporte.
Conciliar os estudos com a rotina de social media não é simples, mas Martins encontrou sua fórmula. "Deixo tudo bem definido: em quais dias faço determinadas demandas e quais horários tenho para as atividades curriculares. O segredo é ser organizado", conta.
Ele destaca que a rotina é intensa: acompanhar trends, buscar referências e estar o tempo todo com o celular na mão. Para ele, a principal ferramenta é o smartphone com boas especificações, que substitui até câmeras profissionais em situações de agilidade. Além do celular, o acadêmico utiliza câmeras profissionais, editores de vídeo e aplicativos de gestão de conteúdo.
No freelancer de social media, ele aponta oportunidades em shows e eventos, no formato de storymaker — profissional que cobre um evento em tempo real no Instagram da pessoa ou empresa contratante. Nesse modelo, os valores variam de R$ 100 para iniciantes até R$ 500 ou mais para experientes, dependendo do porte do cliente.
"Na área de comunicação, social media e marketing, o networking é essencial. Empresas sempre precisam desses serviços e, quando alguém não pode atender, indica outro. Se você for bom profissional, sempre vão lembrar de você e indicar seu trabalho", diz.
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