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AMANDA LAVORATO/AGENDOR
Gustavo Paulillo, Julio Paulillo, Tulio Monte Azul e totem da IA AVA, criada pela Agendor
Publicado em 1/8/2025 - 5h00
Os irmãos Gustavo e Júlio Paulillo cresceram vendo o pai, Pedro Paulillo, com pilhas e pilhas de papel pelos quatro cantos da casa: o veterano era gerente comercial e fazia à mão os relatórios de vendas da equipe. Até que o roubo do carro do patriarca fez com que a pasta desses dados sumisse junto com o veículo — e se transformasse no ponto de partida para a criação do Agendor, plataforma de gestão comercial e CRM (gestão de relacionamento com clientes) que já impactou mais de 700 mil empresas ao longo dos últimos 10 anos.
"O gestor que não tem CRM perde mais de uma hora por dia só consolidando planilhas e informações soltas. Com uma ferramenta como a nossa, ele foca em estratégia", explica Gustavo Paulillo, CEO da Agendor, em entrevista ao Economia Real.
As plataformas de CRM funcionam como um verdadeiro banco de dados dos clientes das empresas e ajudam, principalmente, na gestão e no fechamento de vendas. Voltado especialmente para empresas com vendas complexas (como indústrias, transportadoras e distribuidoras), o Agendor aposta na facilidade de uso, na adaptação às especificidades do mercado brasileiro e no rápido retorno do investimento.
"Tem concorrente nosso que nem tem campo para CNPJ. A gente já entrega tudo pronto, plug and play [conectar e usar]. Isso faz muita diferença", reforça. O foco da companhia está em times comerciais que nem sempre têm formação técnica em tecnologia, mas precisam de uma solução prática para aumentar a conversão.
Nosso papel é ajudar o vendedor a vender, não criar mais uma tarefa para ele. Se a tecnologia atrapalha mais do que ajuda, ela falha no propósito", avalia Paulillo.
Segundo o executivo, empresas que usam a plataforma relatam ganhos entre 20% e 35% nas vendas. "É claro que isso depende também de um bom processo de gestão comercial, mas a visibilidade e a praticidade que a ferramenta oferece fazem diferença", diz.
Na visão do CEO, a ferramenta não apenas melhora os números, mas muda o comportamento das empresas. Ele ressalta que a resistência costuma vir mais dos vendedores do que dos gestores, que rapidamente percebem o ganho de tempo e organização.
"O gestor enxerga valor rápido. O vendedor precisa ser convencido de que aquilo não é só mais uma planilha. Por isso, colocamos tanto foco em usabilidade", destaca.
O que começou como um projeto paralelo dos irmãos se transformou em uma das soluções mais populares do setor. Hoje, o Agendor conta com mais de cinco mil clientes pagantes, 25 mil empresas ativas e cresceu 25% em 2024. A meta para 2025 é crescer mais de 30%.
Uma das apostas da startup é a assistente virtual Ava, que atua diretamente no WhatsApp. "Ela nasceu da ideia de oferecer, com inteligência artificial, o mesmo suporte que grandes empresas tinham com assistentes comerciais humanas", explica.
A Ava permite que os vendedores atualizem o CRM sem sair do WhatsApp, inclusive de forma proativa: ela sugere atualizações, tarefas e até preenchimento de dados com base nas conversas. "É como se ela dissesse: 'Essa conversa aqui pode virar uma venda, vamos agendar um follow-up?'", exemplifica.
Além da Ava, a empresa está desenvolvendo um produto que integra totalmente o WhatsApp ao CRM, para oferecer uma experiência parecida com o WhatsApp Web, mas com dados organizados, registrados e disponíveis para toda a equipe comercial. "Nosso objetivo é que o CRM esteja onde o vendedor está e hoje, ele está no WhatsApp. Se a ferramenta não estiver lá, ela deixa de ser relevante", afirma.
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