B&B CAPITAL
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Publicado em 30/7/2025 - 11h30
A B&B Capital, com sede em Ribeirão Preto (SP), é investigada pelo Ministério Público (MP) por suposta prática de esquema de pirâmide financeira com falsas promessas de investimentos com altos rendimentos em pouco tempo. A estimativa é de que os investidores tenham perdido mais de R$ 40 milhões com a empresa.
"Não há qualquer indicação de aplicação no mercado financeiro, muito menos na bolsa de valores, local em que a B&B estava proibida de atuar por não ter autorização da CVM", explicou Augusto Soares de Arruda Neto, promotor de Justiça responsável pelo caso, em entrevista ao Cidade Alerta Interior SP, transmitido pela Record na terça (29).
De acordo com o MP, a fraude foi confirmada após análise de extratos bancários, relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) e dados fornecidos por instituições financeiras. Um laudo pericial apontou que os valores movimentavam-se apenas dentro do próprio esquema, sem aplicação no mercado financeiro.
Parte dos recursos ainda passava pelas contas pessoais dos sócios da empresa. Na semana passada, o Ministério Público denunciou André Luiz Rosa e seus sócios, Alex Sandro Rosa (irmão de André), Pedro Eduardo Freitas Duarte, Paulo Rogério do Nascimento e Felipe Augusto Crisóstomo da Silva, pelos crimes de organização criminosa e estelionato.
Segundo a acusação, todos levavam uma vida de luxo financiada com o dinheiro dos investidores. André Luiz é considerado foragido pela Justiça de Minas Gerais, onde também fez vítimas.
Um dos lesados é Glaidson Gomes Bragança, que havia investido na B&B Capital com o objetivo de quitar um apartamento. "O Pedro entrou em contato comigo novamente perguntando por que eu tinha retirado o dinheiro da B&B. O fato de eu ter retirado o valor na sua integralidade, segundo ele, denotava segurança para o investidor. Ele me pediu um voto de confiança e prometeu que, até julho, eu teria o valor integral para quitar meu imóvel. Então, em janeiro de 2023, voltei a aplicar. Em março, dois meses depois, sofri o golpe", relatou a vítima ao programa da Record.
Até o momento, apenas R$ 540 mil foram recuperados, segundo o MP. O órgão também recomendou a abertura de um inquérito paralelo para investigar um possível crime de lavagem de dinheiro, uma vez que há indícios de que parte dos recursos foi usada na compra e venda de armas pelos envolvidos.
Glaidson obteve na Justiça a tutela de bens encontrados na residência de André Luiz Rosa e atualmente arca com R$ 560 mensais pela guarda dos objetos em um depósito: "As advogadas conseguiram recolher o que sobrou dentro da casa do André: geladeira, micro-ondas, eletroeletrônicos, uma coleção de bengalas, uma coleção de portas… Acho que ele era colecionador".
Sobre o pedido do Ministério Público, o delegado seccional Sebastião Pissinato informou que a Polícia Civil ainda não recebeu requisição formal, mas está pronta para instaurar o inquérito, se necessário.
Já o advogado Daniel Ronde, que defende Alex Rosa, afirmou que seu cliente está colaborando com as investigações, não obteve vantagem financeira e desconhecia as operações ilícitas da B&B. As defesas de Pedro Duarte, Paulo Nascimento e Felipe da Silva não foram localizadas pela equipe da Record. André Luiz Rosa segue foragido e ainda não apresentou advogado.