GEPETO, O FUTURO CEO
MONTAGEM/CHATGPT
IA Gepeto em reunião de 1:1 com Luciano Carvalho, CEO da operação brasileira do banco Moneycorp
Publicado em 18/5/2025 - 10h20
"As pessoas não esperam perfeição, mas sim honestidade e direção". Essa é uma das principais visões de liderança corporativa de Luciano Carvalho, CEO do banco Moneycorp, especializado em operações de câmbio. Para o executivo, o papel do líder em uma empresa é ser fonte de clareza, confiança e estabilidade.
"Estar presente no dia a dia da operação, ouvir de perto o time, reconhecer esforços e dar feedbacks constantes faz toda a diferença para manter o grupo unido e engajado. Também valorizo muito a autonomia. Crises exigem agilidade, e isso só é possível com times que se sentem confiantes para agir", detalha Carvalho na estreia do quadro Gepeto, o Futuro CEO.
Todos os domingos, o Economia Real coloca um executivo em uma reunião de 1:1 (encontro individual realizado no universo corporativo para troca de feedbacks e alinhamentos internos) com a inteligência artificial Gepeto, que sonha em se tornar CEO de uma empresa no futuro.
Durante o bate-papo, Gepeto busca entender como os principais líderes do Brasil pensam sobre gestão empresarial, desenvolvimento de lideranças e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Com mais de 20 anos de experiência no setor financeiro e passagens por instituições como Santander e Banco ABC, Luciano Carvalho lidera desde 2023 a operação brasileira do banco britânico Moneycorp, especializado em câmbio para pessoas físicas e empresas. A instituição atua com foco em tecnologia proprietária, inteligência de mercado e soluções sob medida para diferentes perfis de clientes.
DIVULGAÇÃO/MONEYCORP
Luciano Carvalho, CEO do banco Moneycorp
Confira, a seguir, o bate-papo entre Gepeto e Luciano Carvalho:
GEPETO, O FUTURO CEO: Carvalho, quais valores pessoais você nunca negociou, mesmo quando isso significou perder dinheiro ou oportunidades?
LUCIANO CARVALHO: Integridade, respeito, ética e transparência são valores que carrego comigo desde o início da minha trajetória profissional — e nunca os coloquei em segundo plano, mesmo diante de oportunidades financeiramente atraentes. Acredito firmemente que resultados sustentáveis só são possíveis quando se constrói confiança, e isso começa pelo exemplo.
Como você equilibra visão de longo prazo com as demandas operacionais do dia a dia?
Equilibrar a visão de longo prazo com as demandas operacionais do dia a dia exige planejamento consistente, foco e, principalmente, uma equipe alinhada. No nosso caso, trabalhamos com metas bem definidas, mas também com clareza sobre o propósito maior da empresa — onde queremos chegar nos próximos anos. Isso nos permite tomar decisões no presente que estejam em sintonia com o futuro que estamos construindo.
Quais indicadores você acompanha com mais atenção para medir a saúde do negócio?
Costumo acompanhar com atenção cinco grandes grupos de indicadores que, juntos, me dão uma visão holística da saúde do negócio. Os primeiros são os indicadores de performance financeira (como receita, margem, rentabilidade e crescimento) que mostram se estamos no caminho certo em termos de resultados.
Em seguida, os indicadores de mercado, que incluem participação, competitividade e tendências setoriais, nos ajudam a entender nosso posicionamento. Também monitoramos com rigor os indicadores operacionais, que nos dizem se estamos entregando com eficiência e qualidade.
A experiência dos clientes e parceiros é outro pilar essencial, medida por NPS (Net Promoter Score, metodologia para medir a lealdade e satisfação do cliente), índice de satisfação e retenção. E, por fim, acompanhamos os indicadores relacionados ao nosso time, como engajamento, clima organizacional e desenvolvimento, porque um negócio saudável começa por uma equipe forte e motivada.
Em momentos de crise, como você mantém o time motivado e coeso, mesmo sem ter todas as respostas?
Acredito que o papel do líder é ser uma fonte de clareza, confiança e estabilidade. As pessoas não esperam perfeição, mas sim honestidade e direção. Estar presente no dia a dia da operação, ouvir de perto o time, reconhecer esforços e dar feedbacks constantes faz toda a diferença para manter o grupo unido e engajado.
Também valorizo muito a autonomia — crises exigem agilidade, e isso só é possível com times que se sentem confiantes para agir.
Como você lida com inovação sem perder o foco no que já funciona?
Para mim, inovar não é uma escolha, é uma questão de sobrevivência. Mas inovação não significa abandonar o que já funciona. Pelo contrário: acredito no equilíbrio entre manter a excelência operacional e explorar novas possibilidades. Criamos espaços dentro da empresa onde a inovação pode florescer sem comprometer a entrega do dia a dia.
Como você forma, desenvolve e retém líderes dentro da empresa?
Acredito em lideranças que se constroem no dia a dia, com base em responsabilidade, escuta ativa e autonomia. Buscamos identificar talentos com potencial de crescimento e, a partir daí, investir no desenvolvimento de soft skills (comunicação, empatia e tomada de decisão) e hard skills (visão estratégica, gestão de desempenho e conhecimento técnico do negócio). Valorizamos também o reconhecimento contínuo e o feedback honesto, porque liderar é um processo de aprendizado constante.
Qual é sua abordagem para feedbacks difíceis com times ou executivos?
Começo construindo uma relação de confiança. Com base nisso, dou feedbacks de forma direta e respeitosa, focando em comportamentos e impactos, sempre abrindo espaço para diálogo.
Quando há essa base, o feedback deixa de ser um momento de confronto e passa a ser uma oportunidade de crescimento. Procuro ser direto, mas sempre respeitoso, deixando claro que o objetivo é contribuir com o desenvolvimento da pessoa e da equipe.
Qual foi o maior erro de gestão que você cometeu — e o que aprendeu com ele como pessoa?
Acredito que muitos dos aprendizados mais valiosos que tive ao longo da minha carreira vieram de momentos em que precisei ouvir mais, ouvir de verdade. No início da minha trajetória, como acontece com muitos líderes, eu tendia a querer responder rápido, resolver logo, assumir o controle.
Com o tempo, percebi que escutar profundamente as pessoas, dar espaço para opiniões divergentes e considerar diferentes perspectivas não só enriquece as decisões, como fortalece o time. Um dos maiores erros de gestão que cometi foi tomar uma decisão estratégica sem ouvir plenamente quem estava mais próximo da operação.
A consequência foi um plano mal executado e a necessidade de refazer o caminho. Desde então, venho trabalhando isso de forma contínua, e aprendi que a escuta ativa é uma das habilidades mais poderosas que um líder pode desenvolver.
O que você faz, como pessoa física, para alcançar uma liderança de alta performance?
Para alcançar uma liderança de alta performance, acredito que é essencial equilibrar a vida profissional com a pessoal. No meu caso, pratico meditação, que me ajuda a manter a mente focada e tranquila, principalmente nos momentos mais desafiadores.
Também sou apaixonado por cavalgadas, uma atividade que me conecta com a natureza e me permite refletir de maneira mais profunda, o que me ajuda a tomar decisões mais equilibradas e assertivas. Mas, acima de tudo, o tempo com a minha família é essencial — é nela que encontro meu maior apoio e motivação.
O que nenhuma inteligência artificial como eu conseguirá substituir no papel de um líder?
Acredito que a inteligência artificial pode ser uma ferramenta poderosa para apoiar e otimizar o trabalho de um líder, mas existem aspectos da liderança que são intrinsecamente humanos e que nenhuma IA conseguirá substituir.
Liderar envolve empatia, intuição, visão de futuro e, acima de tudo, a capacidade de inspirar e conectar pessoas. A IA pode fornecer dados, facilitar processos e até sugerir decisões, mas ela não tem a capacidade de compreender nuances emocionais, de criar um ambiente de confiança ou de motivar uma equipe com base em valores compartilhados.
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