A 'creatina das plantas' que fez esta empresa faturar R$ 100 milhões

Se o fertilizante tradicional é o "arroz com feijão" da lavoura brasileira, os fertilizantes especiais funcionam como a "creatina" e as vitaminas de um atleta. De olho neste mercado, a Satis nasceu no coração de Araxá (MG) e faturou cerca de R$ 100 milhões na última safra.

"Nós não queremos apenas vender produtos. Queremos resolver as dores do agricultor, seja no controle de doenças, na melhoria da qualidade ou no aumento da rentabilidade no campo", afirma Jair Unfried, diretor de Negócios da Satis, em entrevista ao Economia Real.

Para validar as tecnologias, a empresa mantém um campo experimental próprio de cinco hectares em Araxá, além de parcerias com agricultores, consultores e instituições de pesquisa em diversas regiões do país. As culturas prioritárias incluem soja, café, feijão e milho, mas testes também são feitos com frutas e hortaliças.

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Segundo Fabrício Porto, gerente de Inovação, os produtos são aplicados via folha, o que potencializa o aproveitamento dos nutrientes de base e estimula o desempenho das plantas. Um dos principais produtos da empresa é o Fulland, um fertilizante foliar que fortalece as plantas e aumenta a produtividade da lavoura.

Com a virada da safra, a Satis foca no atendimento à soja, sua principal cultura, e prepara o lançamento de novos biofertilizantes e fertilizantes químicos com apelo ambiental. "Temos flexibilidade para inovar rápido e atender demandas específicas de culturas que ainda não exploramos", diz Unfried.

A estratégia combina inovação, sustentabilidade e proximidade com o produtor. "Trabalhamos para que a aplicação dos insumos seja eficiente e o produtor extraia o melhor da lavoura. Mais que fornecedores, queremos ser parceiros estratégicos", reforça o executivo.

diVULGAÇÃO

Jair Unfried e Fabrício Porto

Mercado em expansão

O Brasil tem cerca de 94 milhões de hectares de grandes culturas (como soja, milho, algodão e cana), além de 500 mil hectares de hortaliças e 1,5 milhão de hectares de frutas. Para a Satis, esse é um oceano de oportunidades. "O investimento que o agricultor faz em nossos produtos retorna de três a seis vezes em produtividade ou qualidade", afirma Unfried.

Entre as novidades para a safra 2025/26 está o Tricovex, um produto à base de Tricoderma com ação de proteção de plantas contra doenças de solo, como fusário e rizotônia. "Esse fungo atua como parasita de patógenos prejudiciais e cresce rapidamente, ocupando o espaço deles. É uma das ferramentas mais eficientes e sustentáveis que temos hoje", explica Porto.

A Satis também desenvolve novas soluções biológicas, entre elas, bactérias para controle de nematoides e doenças foliares, em parceria com a Universidade Federal de Uberlândia e a Embrapa Agroenergia. Mais de 500 micro-organismos já foram testados pela equipe de pesquisa e desenvolvimento da companhia.