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Lilo & Stitch: Venda de brinquedos cresce 600% com sucesso do filme

REPRODUÇÃO/DISNEY

Imagem de Stitch e Lilo (Maia Kealoha) no filme live-action da Disney

Stitch e Lilo (Maia Kealoha) no filme live-action da Disney; brinquedos cresceram 600%

Publicado em 9/8/2025 - 9h00

Quando o filme Lilo & Stitch (2025) estreou nos cinemas, os bonecos dos personagens já estavam nas vitrines de lojas de todo o Brasil — e isso não é coincidência. De acordo com um levantamento obtido com exclusividade pelo Economia Real, as vendas dos brinquedos protagonizados pela garota havaiana e pelo experimento extraterrestre 626 dispararam 600% neste ano.

"Para o lançamento de maio, eu preciso embarcar os produtos em janeiro. São quase 60 dias até tudo chegar, passar pelo desembaraço, ir ao nosso armazém e então para as lojas", explica Sharon Czitrom, diretora de Marketing da Sunny Brinquedos, uma das principais importadoras de brinquedos do Brasil.

O bom momento da empresa reflete o desempenho do mercado: segundo dados da Circana, o Brasil registrou um crescimento de 6% em volume de vendas de brinquedos em 2024, e a expectativa é que 2025 supere esse número, impulsionado por novos lançamentos no cinema e no streaming.

A estratégia da companhia exige precisão e uma boa dose de feeling. "Brincamos que quem trabalha com brinquedo é um pouco bobo: ou traz demais e encalha, ou traz pouco e acaba o estoque", comenta a executiva, entre risos.

Nos bastidores, essa operação exige atenção total ao calendário global. A equipe participa de feiras internacionais em Los Angeles e outras cidades, onde as fabricantes apresentam seus lançamentos com um ano de antecedência. "Já fui em abril e vi tudo o que vamos trazer no primeiro semestre de 2026", conta.

Essa antecipação também ajuda a reduzir riscos logísticos. "Depois da pandemia, enfrentamos muitas dificuldades com containers, atrasos, custos altos. Então o planejamento tem que ser ainda mais afinado", afirma.

Segundo a empresa de pesquisa, a categoria Colecionáveis & Kidults foi uma das quatro principais responsáveis pelo crescimento do mercado em 2024, com alta de 51% no faturamento no Brasil. Desde 2021, o faturamento global de colecionáveis subiu 9%, enquanto no Brasil esse avanço foi muito maior (+51%), o que faz o país representar hoje 15% dos gastos globais com brinquedos colecionáveis.

Além disso, 2024 foi o ano com a maior fatia de itens licenciados nas vendas de brinquedos no país, com 29%. E com dezenas de lançamentos previstos, a expectativa é que 2025 quebre mais um recorde.

diVULGAÇÃO

Sharom Czitrom

Sharon Czitrom, diretora de Marketing da Sunny Brinquedos

O desafio de vender brinquedos no Brasil

A realidade do mercado brasileiro, no entanto, é bem diferente da americana. "Nos Estados Unidos, uma criança ganha em média 34 brinquedos por ano. No Brasil, essa média é de 1,5. Por isso, o brinquedo precisa ser muito bem escolhido, muito desejado. Os pais pensam muito antes de investir seu dinheiro", diz Sharon.

Esse comportamento exige um olhar cuidadoso para as preferências locais. Além disso, há diferenças regionais marcantes: o consumo é muito mais concentrado no Sudeste, enquanto no Norte e Nordeste os índices são ainda mais baixos.

Mesmo com todo esse aparato, nem sempre a aposta dá certo. "Trouxemos brinquedos para o primeiro Divertida Mente e foi um fiasco. Ninguém comprou. Quando veio o segundo filme, a gente recusou... e foi um estouro", admite Sharon. "É assim: ou a gente erra para mais, ou erra para menos".

Por isso, a decisão de investir em uma nova linha depende de fatores como o plano de marketing do estúdio, o cronograma de exibição e a aposta do licenciante. "A gente precisa entender se o filme vai para cinema, depois para streaming, se terá divulgação. Tudo isso pesa na nossa decisão", complementa.

A experiência, no entanto, ajuda a fazer melhores escolhas. Para 2025, a empresa já aposta em novos hits, como o longa Zootopia 2 e a expansão de produtos interativos como os Bitzee, que agora ganham versões com batalhas virtuais: "Nossa missão é escolher bem. No Brasil, o brinquedo ainda é um item de desejo e a gente precisa fazer valer cada presente".

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