EVOLUÇÃO
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Interface do ChatGPT; especialista detalha como as relações de trabalho estão mudando com IA
Publicado em 7/5/2025 - 5h45
Nada de habilidade do futuro! A inteligência artificial cresce com força total e, segundo a consultoria McKinsey, sete em cada dez empresas já adotaram a tecnologia em 2024. Para a autora e palestrante Michelle Schneider, o uso correto dessas ferramentas será decisivo para o desempenho dos antigos e novos profissionais no mercado de trabalho.
"O que veremos nos próximos anos é um aumento enorme de produtividade entre os profissionais que utilizarem IA. Parte das tarefas que realizamos hoje poderão ser executadas por sistemas de inteligência artificial. Com isso, sobrará mais tempo para sermos produtivos em atividades mais estratégicas", diz a autora do livro O Profissional do Futuro (Buzz, R$ 69,90), em entrevista exclusiva ao Economia Real.
Para a especialista, há uma relação entre risco e oportunidade no avanço da IA, mas o cenário não é o mesmo para todos os trabalhadores: "Parte do meu papel é pensar em como capacitar mais pessoas para aproveitarem o lado bom da IA. Há quem nunca tenha ouvido falar do tema, outras não tem acesso à internet ou a um computador. Então, não podemos generalizar".
Entre os empregos mais ameaçados pelo avanço da tecnologia, destacam-se as funções operacionais, como caixas de supermercado. Sistemas de autoatendimento já substituem operadores humanos nas principais redes brasileiras e um levantamento da Global Market Insight aponta que o modelo tecnológico deve crescer 11% ao ano até 2027.
Achávamos que viveríamos a era dos carros autônomos, e isso vai acontecer! Pode levar 20 anos, mas vai chegar. Se um motorista de 30 anos perder essa função aos 50, o que ele fará da vida?", indaga.
Para tangibilizar essa revolução, a escritora usa uma analogia curiosa: a calculadora. "Dizem que, no surgimento desses aparelhos, havia medo de que as pessoas deixassem de saber fazer contas. Hoje, a matemática é muito mais avançada. Não devemos nos fechar para uma tecnologia que veio para ficar", afirma.
Camila Othon/reprodução
Michelle Schneider
Na conversa com a reportagem, Michelle recorda que mesmo com esse rápido avanço da IA, ainda estamos na "fase embrionária" da tecnologia.
"Ela surgiu em 1956, como a ideia de que máquinas poderiam imitar o raciocínio humano. A evolução veio com o surgimento dos dados e da capacidade computacional. Até pouco tempo, a IA apenas analisava e organizava os dados criados por nós. Agora, entramos na era da IA generativa, que cria conteúdos de forma autônoma", comenta.
O levantamento da McKinsey confirma o avanço da IA generativa. O uso da ferramenta em empresas saltou de 33% em 2023 para 65% em 2024. "Este é o ano dos agentes autônomos. A IA não apenas cria, mas também começa a tomar decisões e agir no mercado de trabalho", alerta.
Um dos próximos passos dessa tecnologia é a Inteligência Artificial Geral (IAG), apresentada por Michelle como o momento no qual qualquer atividade intelectual humana será realizada com a mesma eficácia, ou até melhor, pela máquina.
"Cada área será impactada de uma forma, dependendo do estágio da evolução da IA. Por isso, gosto de apresentar essa linha do tempo. O impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho depende de cada fase. Em cada uma delas, o efeito será diferente", conclui.
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