PREJUÍZO FINANCEIRO
FERNANDO MORENO/AGIF
Gabriel Barbosa, o Gabigol, durante partida do Cruzeiro; atleta perdeu quase R$ 1 milhão
Publicado em 24/6/2025 - 16h47
O jogador Gabriel Barbosa, o Gabigol, foi uma das vítimas de um golpe que desviava salários de atletas da Série A do Campeonato Brasileiro. Segundo informações divulgadas nesta terça (24), o atacante do Cruzeiro teve um prejuízo de R$ 938 mil com o esquema. O zagueiro Walter Kannemann, do Grêmio, também foi alvo da quadrilha e perdeu cerca de R$ 400 mil.
"[Os golpistas] falsificavam documentos, laranjas tiravam selfies para verificação digital e incluíam dados verdadeiros das vítimas. Pediam a portabilidade da conta salário ou corrente e, quando a transferência ocorria, os valores originais migravam e eram pulverizados em diversas contas. Quem trouxe o material foi a instituição financeira. Os bancos acabam absorvendo o prejuízo, coletam as informações e trazem para a polícia", relatou Thiago Lima, delegado da Polícia Civil do Paraná (PCPR), durante coletiva de imprensa.
De acordo com o Bom Dia Brasil, da TV Globo, policiais civis de quatro estados cumpriram 11 mandados de prisão e 22 de busca e apreensão em municípios do Paraná, Rondônia, Mato Grosso e Amazonas. Enquanto Gabigol perdeu quase R$ 1 milhão, Kannemann teve um prejuízo aproximado de R$ 400 mil.
O Economia Real procurou a assessoria de Gabigol, que não respondeu até a publicação desta reportagem. Já a equipe de Kannemann informou ao g1 que o caso aconteceu no ano passado e que o jogador foi ressarcido pelos bancos. O argentino, no entanto, não irá se pronunciar.
Após concluir a portabilidade das contas, os criminosos transferiam os valores desviados para várias contas, realizavam saques e faziam compras digitais como forma de lavagem de dinheiro, o que dificultava o rastreamento das operações pela polícia. As instituições bancárias também sofreram prejuízos com a fraude.
Batizada de "Falso 9", a operação prendeu o suspeito apontado como líder do esquema no bairro Alto, em Curitiba (PR). Outro investigado foi detido no bairro Atuba, também na capital paranaense. Com ele, a polícia apreendeu celulares, documentos com dados de vítimas e cópias fraudulentas de RGs.
Os envolvidos podem responder por crimes como estelionato eletrônico, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
"A documentação completa chegou ao fim de 2024, mas iniciamos a análise em agosto ou setembro do ano passado. Apreendemos muito material, mais de 15 celulares e documentos para falsificação, incluindo RGs em branco. Outros famosos e pessoas comuns também podem ter sido vítimas. Prendemos aqui em Curitiba, por dois mandados – daqui e de Rondônia –, um homem que, segundo nossa apuração, era o líder do esquema, com três ou quatro passagens anteriores por estelionato. São dois jogadores famosos: um do Grêmio e outro do Flamengo", completou o delegado.
O inquérito segue em andamento, e os suspeitos podem pegar até 30 anos de prisão pelos crimes de fraude eletrônica, uso de identidade falsa, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.