MOTZ

Eles rodam o Brasil com 'um caminhão por minuto' e já faturam R$ 1,5 bilhão

A Motz, transportadora digital da Votorantim, fatura R$ 1,5 bi com modelo híbrido que une tecnologia, logística eficiente e foco no agronegócio.

DIVULGAÇÃO/RV FILMES

André Pimenta, CEO da Motz; companhia nasceu dentro do Grupo Votorantim e já movimenta R$ 1,5 bi

Publicado em 18/7/2025 - 6h00

Em um país onde a maior parte da carga é transportada por rodovias (muitas delas mal pavimentadas, sem sinalização adequada e carentes de infraestrutura digital), o setor de logística ainda enfrenta desafios marcados por processos manuais e ineficiências. A Motz, transportadora digital criada há cinco anos dentro do Grupo Votorantim, quer transformar esse cenário. Em 2024, a empresa faturou R$ 1,5 bilhão, impulsionada pelo crescimento da construção civil e do agronegócio.

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"Nosso objetivo não é ser apenas mais uma transportadora. Queremos ser a primeira opção que vem à mente quando o cliente pensa em eficiência logística", afirma André Pimenta, CEO da Motz, ao Economia Real. Só no ano passado, a empresa transportou mais de 20 milhões de toneladas, o equivalente à partida de um caminhão por minuto.

A transportadora digital tem como principal cliente a Votorantim Cimentos, mas sua atuação vai além da "empresa-mãe". Quase 25% do faturamento bilionário no último ano veio de novos negócios, incluindo concorrentes diretos da Votorantim e empresas do setor agro. A expectativa é que, nos próximos anos, mais da metade da operação seja destinada a clientes externos, o que consolida sua expansão no mercado de logística B2B.

"Triplicamos a receita com novos clientes em apenas um ano. No agronegócio, projetamos um crescimento de mais de três vezes em 2025, impulsionado pela safra recorde e pela crescente demanda por transporte rodoviário de cargas", destaca o executivo.

A plataforma já reúne 90 mil motoristas de caminhão cadastrados, dos quais dois mil operam com veículos dedicados. "A Motz nasceu com DNA digital, mas sabemos que logística no Brasil ainda exige presença física. Por isso, nosso modelo é híbrido: combinamos tecnologia de ponta com uma operação capilarizada, presente em mais de 150 pontos do país", ressalta Pimenta.

Diferente de marketplaces logísticos que apenas conectam cargas e motoristas, como Uber ou Lalamove, a Motz atua como uma transportadora responsável. Ela negocia o frete, faz o monitoramento em tempo real e antecipa até 80% do pagamento ao caminhoneiro no início da viagem.

"Adiantamos o valor para o motorista cobrir diesel, pedágio e alimentação. Quando a carga é entregue e validada por inteligência artificial, via canhoto digital, o restante é liberado. Isso reduz riscos, melhora o fluxo de caixa e dá mais segurança para todos os envolvidos", explica.

A Motz também desenvolveu um ecossistema de benefícios para os caminhoneiros autônomos, que inclui descontos em combustível, pneus e alimentação, além de seguro de vida gratuito para os mais engajados na plataforma.

Crescimento com base em tecnologia — mas com os pés no chão

Apesar da proposta digital, a Motz compreende que nem toda a jornada logística pode ser automatizada no Brasil. Por isso, mantém uma equipe de pessoas em campo para oferecer suporte operacional aos motoristas e assegurar o padrão de qualidade das entregas.

"A tecnologia está no centro, mas o Brasil ainda enfrenta uma logística desconectada. O motorista não 'conversa' com o pedágio, com o porto ou com o sistema da estrada. Nossa missão é integrar essa jornada, mesmo que parcialmente, com inteligência e presença física onde for necessário", afirma.

Com uma equipe administrativa de 250 colaboradores e uma rede nacional de motoristas e pequenos transportadores parceiros, a Motz planeja dobrar de tamanho até 2029. A estratégia passa por três pilares: eficiência operacional, soluções tecnológicas e qualidade no atendimento ao cliente e ao caminhoneiro.

No ano passado, a empresa lançou sua torre de controle logístico, que permite o monitoramento ativo de entregas em tempo real, e iniciou a medição do NPS (Net Promoter Score), tanto entre clientes quanto entre os profissionais da estrada.

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