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Como uma fintech de Singapura quer mudar o jeito que bancos te atendem

DIVULGAÇÃO/MONEYTHOR

Imagem de Enrique Ramos O’Reilly, presidente da Moneythor nas Américas

Enrique Ramos O’Reilly, presidente da Moneythor nas Américas; executivo veio ao Brasil

Publicado em 20/6/2025 - 6h30

Criada em Singapura, a Moneythor começou a "gastar sola de sapato" no Brasil para conquistar novos (e poderosos) clientes: os bancos tradicionais e as fintechs que disputam espaço no mercado financeiro brasileiro. A missão é clara: ajudar as instituições a oferecer uma experiência mais personalizada e inteligente aos seus clientes, com base no conceito de deep banking.

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"A lógica é simples: o banco já sabe como você gasta, quanto recebe e onde consome. O que falta é transformar esses dados em recomendações úteis para o cliente", afirma Enrique Ramos O’Reilly, presidente da Moneythor nas Américas, em entrevista ao Economia Real.

Com mais de 25 anos de experiência no setor financeiro, O’Reilly resume bem a proposta da empresa: fazer com que o banco deixe de ser apenas um guardião de dinheiro e passe a atuar como um parceiro na vida financeira dos clientes.

A tecnologia da Moneythor não interfere nos sistemas transacionais das instituições. Em vez disso, ela analisa os dados das movimentações financeiras (como compras no cartão, transferências via Pix ou saques em caixas eletrônicos) e gera insights em tempo real.

Isso permite que o banco envie sugestões personalizadas, ajude o cliente a controlar gastos, estabelecer metas de economia ou até organizar uma poupança coletiva para uma viagem com amigos. "Queremos que o banco saiba recomendar o melhor caminho para cada cliente, como o Netflix ou o Spotify fazem com filmes e músicas", compara o executivo.

O interesse da Moneythor pelo Brasil não surgiu por acaso. Segundo O’Reilly, a aproximação com o mercado brasileiro ganhou força após uma missão oficial organizada pelo governo de Singapura, no fim de 2024.

"Em dezembro, passei duas semanas em São Paulo junto com um grupo organizado pelo governo de Singapura. Tivemos uma série de reuniões com bancos, empresas de tecnologia, consultorias e fornecedores locais", relembra o executivo.

O objetivo da missão era identificar oportunidades estratégicas para empresas de tecnologia financeira de Singapura na América Latina, com destaque para o mercado brasileiro, que se consolida como um dos mais dinâmicos do mundo em inovação bancária.

Oportunidade com a nova regulação brasileira

Além do apoio governamental, a fintech conta com um "aliado inesperado" para crescer no Brasil: a regulação. Desde o ano passado, a Resolução Conjunta Nº 8 do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional (CMN) obriga os bancos a adotarem medidas que ajudem os clientes a reduzir o superendividamento e melhorem o comportamento financeiro.

"O Brasil saiu na frente. Essa nova regulação obriga os bancos a serem mais proativos no cuidado com o cliente. E a nossa plataforma foi desenhada justamente para isso", explica o executivo.

Além do Brasil, a Moneythor já tem um projeto em andamento com o Banco Industrial, na Guatemala, e negocia parcerias em países como Chile, México, Peru e Colômbia.

"Latinoamérica é diversa e com realidades muito diferentes. O Brasil é o mercado mais avançado na região, especialmente depois do sucesso do Pix e do crescimento das fintechs. Mas também vemos oportunidades em outros países que estão começando a olhar para a personalização bancária com mais atenção", comenta.

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