MARI PINUDO

Ela inverteu a ordem da conversa para fazer esta multinacional crescer

Nova CEO da Adobe Brasil, Mari Pinudo aposta na IA aplicada às dores dos clientes para impulsionar negócios de todos os tamanhos.

DIVULGAÇÃO/ADOBE

Mari Pinudo, nova country manager da Adobe no Brasil; executiva adota nova estratégia na empresa

Publicado em 10/6/2025 - 6h30

Com quase 25 anos de trajetória no mercado de tecnologia, Mari Pinudo é a nova líder da operação brasileira da Adobe. E na nova cadeira, a executiva com passagens pela IBM e pela Deloitte adota uma atitude diferente (e potencialmente certeira) para o crescimento da companhia: em vez de apenas vender as soluções da multinacional, ela quer primeiro entender as dores dos clientes para, só então, adaptar suas ferramentas à realidade de cada negócio.

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"Eu não chego para as empresas dizendo que estou oferecendo uma solução de inteligência artificial (IA), um novo programa. O que eu pergunto é: 'Qual é o teu desafio?'. Aí você me diz: 'Meu desafio é captar clientes, manter o contato com os que já tenho, reduzir custos'. Essa conversa precisa ser invertida. Como eu entendo a estratégia das empresas, independentemente do tamanho, incorporo IA e entrego soluções? É isso que estou fazendo e que está faltando no mercado", afirma Mari em entrevista exclusiva ao Economia Real.

A executiva acredita que a inteligência artificial não deve ser um tópico isolado nas conversas com empresas, mas uma tecnologia integrada ao cotidiano dos negócios: "IA não é um assunto à parte. Ela está incorporada em absolutamente tudo o que fazemos hoje, especialmente no setor de tecnologia. Nossa missão é simplificar uma conversa que parece complexa".

Na prática, isso significa transformar problemas de negócios em soluções com base em tecnologia e dados. E o objetivo da Adobe é que essa transformação seja acessível para empresas de todos os portes, de grandes grupos a microempreendedores que operam de casa.

Quando olho para o pequeno empresário, minha preocupação está muito ligada à segurança. Como ele usa IA com um custo baixo, que não afete suas margens e ainda gere crescimento?", questiona.

Já nas médias empresas, que possuem maior maturidade digital, a conversa avança para temas como personalização e experiência do cliente. "Muita gente fala de personalização, mas poucos sabem de fato o que querem personalizar. Para isso, é preciso um certo grau de maturidade. O que eu quero entregar para o Victor? Para a Carla? As empresas médias já começam a ter essa resposta", explica.

"Todo mundo quer saber como fazer o conteúdo chegar na hora certa, da maneira certa, no dispositivo certo. Porque somos heavy users [usuário frequente, fiel] de celular. Todo mundo tem mais de um. Como tornar essa experiência relevante para cada pessoa?", indaga.

Nova estratégia da Adobe

Com formação em Ciências da Computação pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e MBA pelo Ibmec, Mari passou por empresas como IBM, Gartner e Deloitte, sempre com foco em aplicar ferramentas tecnológicas e ciência de dados para impulsionar negócios, vendas e resultados.

Na nova função, Mari diz estar atenta a todas as conversas que abriu com empresas de setores como varejo, educação, finanças e setor público. O desafio agora, segundo ela, é escalar a operação da Adobe para não deixar nenhum cliente sem atendimento.

"Quero que todos tenham um toque nosso. Que conversem com a gente. Que se sintam representados pela Adobe. Não quero só falar com as grandes empresas. Quero entender o que o pequeno e o médio empresário precisam. Porque no fim do dia, estamos lidando com problemas reais de negócio e é isso que a tecnologia tem que resolver", finaliza.

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