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No combate ao 'laboratório de fraudes', empresa do RS trava R$ 2 bi em golpes

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Imagem da equipe da Caf em evento em São Paulo

Equipe da Caf em evento em São Paulo; empresa nascida no interior do RS impediu perda bilionária

Publicado em 10/7/2025 - 6h30

O Brasil é um verdadeiro "laboratório de fraudes", o que originou a fundação da Caf, empresa de tecnologia nascida em Venâncio Aires (RS) e com escritórios nos Estados Unidos, Canadá e Inglaterra. Criada em 2019, a companhia já evitou mais de R$ 2 bilhões em fraudes no universo digital.

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"O Brasil é um laboratório de fraudes. Por aqui, os mecanismos de segurança são testados ao limite, e isso nos permite desenvolver soluções exportáveis de segurança digital para o mundo todo", diz Marcelo Sousa, vice-presidente de produtos da Caf, em entrevista ao Economia Real.

A trajetória da empresa começou com uma dor latente do setor financeiro: a falta de soluções flexíveis e robustas para prevenção de fraudes digitais. O executivo, que trabalhou por mais de uma década no Itaú e participou da fundação do iti, recorda que "faltava tecnologia para identificar usuários em ambientes 100% digitais".

O principal produto da Caf é a verificação de identidade para onboarding digital. A tecnologia é usada por empresas para validar, em segundos, se a pessoa que abre uma conta ou contrata um serviço realmente é quem diz ser.

A solução envolve biometria facial, prova de vida, cruzamento de dados e validação documental — tudo personalizável em poucos cliques. Com o avanço da inteligência artificial generativa, a empresa também lançou uma ferramenta que valida documentos diversos, como boletins de ocorrência, recibos, atestados médicos e contratos sociais.

"Fraudes com documentos não estruturados estão aumentando. Nossa tecnologia detecta manipulações e automatiza a verificação, o que também traz ganho de eficiência para as empresas", explica o executivo.

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Marcelo Sousa

Marcelo Sousa, vice-presidente de produtos da Caf

Crescimento acelerado e foco global

A Caf projeta um crescimento superior a 80% em 2025, impulsionado pelas novas soluções e pela crescente demanda por segurança cibernética. "É um salto expressivo, especialmente para uma empresa que já tem escala", comenta Sousa.

Segundo o executivo, a expansão também é impulsionada pela necessidade das empresas de se protegerem contra fraudes cada vez mais sofisticadas.

Hoje, com poucos cliques, um fraudador pode gerar um documento falso com IA. O combate exige tecnologia avançada e é aí que entramos. Inteligência artificial se combate com inteligência artificial", destaca.

A expectativa é que a tecnologia desenvolvida no Brasil abra mais portas para a companhia no exterior. "Nosso desafio é levar a robustez da segurança brasileira para o mundo, ajudando empresas e consumidores a navegarem com mais confiança no ambiente digital."

Por isso, a empresa investe em uma estratégia de expansão global desde 2022, o que inclui a contratação de executivos internacionais. Atualmente, a companhia é liderada pelo americano Jason Howard, que acumula passagens pela MasterCard e JPMorgan Chase. "Temos um pool de líderes que já investiram ou atuaram em grandes empresas de tecnologia e nos ajudam a crescer lá fora de forma estruturada", finaliza.

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