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Bolsa ou Tesouro Direto: Qual investimento traz mais dinheiro no momento?

NICKCHONG/UNSPLASH

Vaso de planta com moedas, mas planta germina em meio ao dinheiro

Investimentos crescem, mas poupadores enfrentam encruzilhada entre Tesouro Direto e Bolsa

Publicado em 28/4/2025 - 8h00

Investir está na boca do povo, tanto que a expectativa é de que o Brasil ganhe 18 milhões de novos investidores ao longo deste ano, de acordo com uma pesquisa realizada pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o Datafolha. Agora, qual foi o investimento que trouxe maior retorno financeiro aos brasileiros nos últimos 12 meses: a Bolsa de Valores ou o Tesouro Direto?

Segundo informações divulgadas pela B3, a Bolsa brasileira, as ações da Vale (VALE3) lideram a preferência dos investidores. No entanto, nos últimos anos, o Tesouro Direto ganhou cada vez mais espaço na carteira de quem busca investir com segurança e praticidade.

Em outubro de 2024, o Tesouro Direto atingiu um marco histórico: R$ 2,5 bilhões em títulos adquiridos, maior volume de vendas desde sua criação, em 2002.

Essa tendência levanta uma dúvida comum entre investidores iniciantes: qual é o melhor investimento, aquele que traz mais retorno financeiro? Será o Tesouro Direto ou o mercado de ações?

Tesouro Direto vs Ações

A pedido do Economia Real, a consultoria Elos Ayta mapeou alguns cenários dos últimos 12 meses. Em todos eles, o investidor hipotético teria aplicado R$ 1 mil no respectivo ativo há um ano.

Tipo de ativoAtivo avaliadoRendimento em 12 mesesR$ 1 mil investidos seriam...
Bolsa de ValoresBOVA11 (ETF que replica o Ibovespa, índice que apresenta uma visão geral da Bolsa)8,61%R$ 1.086,10
Bolsa de ValoresVALE3 (ações da mineradora Vale)-5,44%R$ 945,60
Tesouro DiretoIMA-B 5 (índice de títulos atrelados ao IPCA com vencimento até 5 anos)9,20%R$ 1.092,00
Tesouro DiretoIMA-B 5+ (índice de títulos atrelados ao IPCA com vencimento acima de 5 anos)-0,65%R$ 993,50
Tesouro DiretoIMA-B Total (índice que representa todos os títulos IPCA+)3,32%R$ 1.033,20

*Os valores de retorno dos investimentos no Ibovespa, em ações da Vale e no Tesouro Direto têm como base os dados disponíveis no dia 24 de abril de 2025. Esses números representam um cenário específico do mercado e não garantem resultados futuros.

Como começar a investir e evitar erros

Antes de aplicar o primeiro real, é essencial ter clareza sobre seus objetivos financeiros: o que você quer conquistar com aquele dinheiro, em quanto tempo e qual é sua tolerância ao risco. A partir disso, é possível montar uma estratégia de investimento que faça sentido para o seu perfil.

"Entender se você é um investidor conservador, moderado ou arrojado ajuda a escolher os ativos mais adequados — desde produtos de renda fixa, como Tesouro Direto e CDBs, até investimentos de maior risco, como ações ou fundos imobiliários", explica Ângelo Belitardo, gestor da Hike Capital.

Para quem está começando, a dica é investir em aplicações mais seguras e com liquidez diária, especialmente para formar a reserva de emergência. Títulos públicos atrelados ao CDI, como o Tesouro Selic, ou CDBs de bancos sólidos cumprem bem esse papel.

A reserva de emergência é o alicerce. Ela protege o investidor de imprevistos e evita que ele precise resgatar outros investimentos no pior momento possível", afirma Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos.

Outro ponto fundamental é estar atento aos riscos, especialmente no mercado de ações, que costuma ter maior volatilidade. Isso vale principalmente para papéis de empresas ligadas a commodities — produtos básicos, como minério de ferro, petróleo e soja, negociados globalmente e com preços sujeitos a oscilações no mercado internacional.

"A cotação das ações da Vale, por exemplo, depende diretamente do preço do minério de ferro no exterior. Em um cenário instável como o atual, o risco de oscilação é grande e o retorno pode não compensar no curto prazo", ressalta Belitardo.

Já os títulos do Tesouro IPCA+, por serem indexados à inflação, oferecem previsibilidade e preservação do poder de compra, o que os torna mais indicados para objetivos de longo prazo.

"O ideal é buscar equilíbrio: combinar investimentos mais seguros com aqueles que têm potencial de maior retorno, respeitando sempre o seu perfil e seus planos financeiros", orienta Lima.

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