GEPETO, O FUTURO CEO

Ele aprendeu que enfrentar o problema é melhor do que contornar

ILUSTRAÇÃO/CHATGPT

IA Gepeto conversa com Marcos Yano, CEO da Vega Sports

IA Gepeto conversa com Marcos Yano, CEO da Vega Sports, empresa que organiza a São Silvestre

Publicado em 14/9/2025 - 8h00

Para Marcos Yano, CEO da holding esportiva Vega Sports (que cuida da marca organizadora da tradicional Corrida de São Silvestre), o papel da liderança em tempos de crise não é suavizar o cenário, e sim enfrentar o que precisa ser resolvido com clareza, objetividade e mensuração: "A gente tem que ser pragmático e atacar o problema."

"Não adianta criar um fantasma sem o fantasma existir", afirma Yano durante o bate-papo com a inteligência artificial Gepeto, o Futuro CEO. Todos os domingos, o Economia Real promove uma conversa entre um executivo e Gepeto, uma inteligência artificial que sonha em se tornar CEO no futuro.

Sua abordagem é direta: entender o impacto real da crise no negócio, diagnosticar com precisão e agir com foco na solução. Mesmo sem ter todas as respostas, o empreendedor acredita que a confiança da equipe nasce da clareza sobre o que está sendo feito.

Para ele, o líder não precisa esconder a tempestade, mas precisa mostrar que está com o leme na mão. O diagnóstico vem antes da decisão, e a ação, antes do medo. Na Vega Sports, a formação de líderes passa por três pilares: propósito, exemplo e presença. "A gente busca atrair pessoas que topem entrar nesse barco com a gente para remar na mesma direção", explica.

Segundo Yano, liderar é estar junto, trabalhar junto e mover o time com atitudes que transmitam profissionalismo, ética e clareza de propósito. Nos feedbacks difíceis, ele aposta na combinação entre dados e energia. Para o especialista em marketing esportivo, a forma como se entrega a mensagem é tão importante quanto o conteúdo.

"O feedback passa justamente pelo equilíbrio da forma e do tom para entender os fatos", diz. Com transparência e respeito, acredita que é sempre possível encontrar soluções, mesmo nos cenários mais complexos.

Marcos Yano é CEO da Vega Sports, holding que atua com organização de eventos, live marketing, agenciamento de atletas e gestão de clubes. Com mais de 20 anos de carreira, participou de projetos para marcas como Adidas, FIFA, Sony, ASICS, Senna Brands e São Silvestre. Foi sócio-fundador da TTK Marketing Esportivo e da Norte Marketing Esportivo.

diVULGAÇÃO

Marcos Yano

Marcos Yano, CEO da Vega Sports

Confira, a seguir, o bate-papo completo entre Gepeto e Marcos Yano:

GEPETO, O FUTURO CEO - Quais valores pessoais você nunca negociou, mesmo quando isso significou perder dinheiro ou oportunidades?

Marcos Yano - Aqui na Vega Sports, temos três pilares nos quais acredito bastante: ética, profissionalismo e resultado. Ética, com certeza, é uma premissa básica no nosso dia a dia, nas tomadas de decisão e em tudo o que está pautado como mais importante.

Então, ela está à frente nas decisões: se, de fato, estamos sendo éticos, se não está ferindo alguém ou sendo desleal, se está dentro das regras de um jogo limpo. Acho que o esporte tem muito a ver com isso, e nós temos isso de forma clara e eu levo isso para a minha vida. No profissionalismo, existe uma certa dose de excelência que a gente vem construindo, sendo um valor que precisa caminhar junto com a ética para se chegar em bons resultados.

Como você equilibra visão de longo prazo com as demandas operacionais do dia a dia?

A visão de longo prazo é o caminho que queremos percorrer, é para onde miramos, e ela ajuda nas tomadas de decisão do dia a dia, que acabam levando a gente para onde queremos chegar. Aqui, temos uma visão bem clara: ser a maior holding de negócios esportivos da América Latina até 2030.

Isso vai desde os projetos que estamos desenvolvendo, os clientes que atraímos, a forma como conduzimos nosso negócio, até as margens que os nossos negócios hoje possibilitam e se isso, de fato, está nos levando ao topo. Isso é fundamental para não acabar indo em qualquer direção.

Quais indicadores você acompanha com mais atenção para medir a saúde do negócio?

Acompanhamos o faturamento bruto e líquido, os custos de operação, a margem dos projetos, as despesas da empresa e o EBITDA. Além disso, é claro, o portfólio de projetos na parte comercial e fluxo de caixa. Acredito que esses são nossos principais KPIs de negócio.

Qual decisão você tomou com base na intuição, e não nos dados, que mudou os rumos da sua empresa?

As decisões que tomo são contínuas e passam por repertório e a sensibilidade que temos da leitura do negócio, da leitura dos concorrentes, dos projetos e do que os clientes precisam. Tem muita intuição, mas é uma intuição baseada em diversos fatores e na longa jornada que temos trabalhando no esporte, mesmo quando não é pautada por dados.

De qualquer maneira, empreender é tomar riscos todos os dias. Eu brinco que acordar já é um risco e não podemos ficar com medo do mercado, da empresa, do ano - a gente tem que ir pra cima e fazer acontecer.

Em momentos de crise, o que você faz para manter seu time motivado e coeso, mesmo sem ter todas as respostas?

Acredito que tem que atacar o problema. Entender, fazer um diagnóstico preciso para entender como aquela crise impacta o negócio e procurar a solução. Eu costumo ser objetivo nisso e acredito que não adianta criar um fantasma sem o fantasma existir.

A gente tem que ser pragmático e atacar o problema e mensurar isso, ou seja, entender se está sendo mensurada essa crise, se está sendo resolvida, para buscar alternativas ou seguir em frente até acabar com o problema.

Como você forma, desenvolve e retém líderes dentro da empresa?

Por meio do exemplo, de conversas próximas e muito também pelo que a gente entende como propósito da empresa. A Vega Sports tem a missão de profissionalizar a gestão do esporte no Brasil e a gente busca atrair pessoas que tem esse propósito e que topem de fato entrar nesse barco com a gente para remar na mesma direção.

Pessoalmente acredito que isso se faz muito pelo exemplo, trabalhando junto e fazendo acontecer, mas também de uma forma estratégica, profissional e ética, por que acredito que esse exemplo move todo o time.

Qual é a sua abordagem para feedbacks difíceis com times ou executivos?

Procuro ser direto e trazer dados para a conversa. O feedback passa justamente pelo equilíbrio da forma e do tom para entender os fatos. Entendo que contornando dessa maneira, com a energia certa e transparência, é possível encontrar sempre uma boa solução.

Qual foi o maior erro de gestão que você cometeu e o que aprendeu com ele, como pessoa?

É difícil dizer. Eu erro sempre e vejo isso como algo comum no dia a dia de todos. Mas também vejo que são fases, pois no começo da carreira eu errava muito mais e hoje vejo que o tempo faz a gente aprender muito.

Hoje a Vega Sports é fruto do que foram minhas duas últimas empresas de uma forma mais estruturada e lógica, pois a minha gestão é muito melhor do que foi há 10 anos atrás por exemplo, o que me exigiu muitos trabalhos com psicologia e com mentorias de terceiros também. Ainda assim, a única certeza que eu tenho no meu dia a dia é que vou errar. Por isso acredito que o mais importante é aprender com os erros e tentar não repetir.

Se você tivesse que ensinar uma única lição sobre liderança para um jovem que está começando, qual seria?

Acredito que o exemplo guia o trabalho duro, sério e ético. Então, se tudo isso está alinhado corretamente e você der esse exemplo, naturalmente as coisas vão acontecer de uma forma mais positiva para um jovem que pretende se tornar um líder.

O que você, como pessoa física, faz para alcançar uma liderança de alta performance?

Esportes e viagens são com certeza parte disso. As viagens são importantes para eventualmente ter um momento mais de lazer e até lúdico. Acho que a leitura também é fundamental, pois acredito que além da parte técnica, o livro de literatura, os romances, são fundamentais para o desenvolvimento intelectual, cognitivo e também do repertório. Acredito que esportes, viagens e leitura são um equilíbrio ideal para ser um líder de alta performance.

O que você acredita que nenhuma inteligência artificial conseguirá substituir no papel de um líder?

Eu costumo valorizar o exemplo. A criatividade pode até ser moldada por um texto, elaborando uma boa ideia, um material artístico, mas nenhuma inteligência artificial vai dar o exemplo para as pessoas, trabalhando uma visão de longo prazo, a paixão pelo negócio, pelo esporte. Isso não tem como uma máquina oferecer.

Não dá para imaginar a máquina apaixonada pelo esporte, acreditando no esporte como transformador social e econômico, a IA não acorda todo dia pensando em como potencializar isso no país. Então, exemplo é a palavra fundamental que traz essa diferença na percepção das pessoas em cima do líder. Isso, em qualquer área, é impossível a IA substituir.

comentáriosComente esta notícia

Últimas notícias

Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.

Economia Real