O truque de planejamento que aumenta lucro no agronegócio

A imprevisibilidade ainda é um dos maiores desafios do produtor rural brasileiro. Custos concentrados, receita sazonal, variações climáticas e do câmbio tornam a gestão financeira no campo uma tarefa complexa. Para Alexandre Kuntgen, partner da SolvePlan, o planejamento estruturado é a chave para transformar riscos em oportunidades e garantir competitividade no setor.

"Muitos produtores ainda trabalham com controles manuais ou planilhas isoladas, o que dificulta enxergar o impacto real de custos, investimentos e variações de preço sobre a rentabilidade", explica Kuntgen em entrevista ao Economia Real.

Segundo ele, sem dados integrados e revisões periódicas, o agricultor acaba reagindo apenas quando o problema já está instalado. Ferramentas de planejamento orçamentário e análise de dados no agronegócio ajudam a mudar esse cenário ao centralizar informações históricas, de mercado e climáticas em um único ambiente.

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"O produtor pode simular o impacto de um aumento de 20% no fertilizante ou de uma estiagem sobre a produtividade. Assim, ele consegue renegociar contratos de insumos, ajustar o mix de culturas ou segurar a comercialização da safra em busca de melhor preço", detalha.

O resultado é uma postura mais proativa e estratégica, em vez de reativa. Outro benefício direto do planejamento está no acesso ao crédito rural, já que bancos e instituições financeiras buscam previsibilidade.

"Quando o produtor apresenta um fluxo de caixa projetado, custos detalhados e análises de risco, transmite confiança ao credor. Isso aumenta as chances de obter financiamento, melhora condições de juros e até amplia limites de crédito", afirma Kuntgen.

diVULGAÇÃO

Alexandre Kuntgen, partner da SolvePlan

Erros comuns na gestão do agronegócio

De acordo com o especialista, alguns erros ainda são recorrentes entre produtores rurais:

• Misturar finanças pessoais com a atividade rural;
• Não controlar custos por cultura ou talhão;
• Confiar em planilhas isoladas sujeitas a erros;
• Deixar de revisar o orçamento ao longo do ciclo produtivo.

"O resultado é que muitos só percebem os problemas quando já estão em situação de aperto financeiro", pontua. O planejamento também fortalece cooperativas e agroindústrias, que precisam consolidar informações de dezenas ou centenas de produtores.

Com integração em tempo real, é possível consolidar resultados automaticamente. Isso traz velocidade no fechamento, confiabilidade nos números e transparência com associados e investidores", explica.

Um exemplo vem do setor sucroenergético. A Zilor, usina de açúcar e energia, implementou soluções de planejamento e análise de dados que reduziram o prazo de consolidação de resultados de 14 dias úteis para apenas um.

"Foram eliminadas 33 planilhas, trazendo mais confiabilidade e agilidade. Os gestores deixaram de gastar tempo com tarefas operacionais e passaram a focar em análises estratégicas", relata Kuntgen.

Para o especialista, a mensagem é clara: "O planejamento vai muito além do controle administrativo. Ele é um fator de competitividade e de mitigação de riscos no agronegócio".