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BRUNO PERES/AGÊNCIA BRASIL
Pix parcelado: nova linha de crédito será alternativa ao cheque especial a partir de setembro
Publicado em 6/5/2025 - 6h30
Com lançamento previsto para setembro, o Pix parcelado surge como uma alternativa para quem busca crédito rápido e prático. A promessa é oferecer taxas mais baixas do que o cheque especial, cuja média atual é de 121% ao ano. Apesar disso, o consumidor deve ficar atento: o custo da nova operação ainda pode ser elevado, especialmente em caso de atraso no pagamento.
"Esse é um avanço importante, mas que exige atenção. Por ser uma nova forma acessível e rápida de captação de crédito, há o risco de aumento do endividamento e da inadimplência", alerta o economista André Paiva Ramos, conselheiro do Conselho Regional de Economia do Estado de São Paulo (Corecon SP).
O Pix parcelado permitirá que o usuário divida o valor de uma transferência em várias parcelas, como já ocorre com o cartão de crédito. O recebedor, por sua vez, recebe o valor total na hora, o que deve atrair lojistas e prestadores de serviço.
A operação será ofertada pelos próprios bancos, que definirão os juros com base no perfil de risco do cliente. Assim, o Pix parcelado funcionará como uma linha de crédito flexível, com potencial para disputar espaço com modalidades tradicionais, como o cheque especial e o crédito pessoal.
Ainda assim, por se tratar de uma linha de crédito, o uso excessivo da nova ferramenta pode comprometer o orçamento e levar ao endividamento. Por isso, é fundamental comparar os custos envolvidos antes de decidir qual opção utilizar.
O pagador poderá parcelar uma transação via Pix, enquanto o recebedor terá acesso ao valor total de forma instantânea, o que é uma grande vantagem em relação às operações com cartão", diz o economista.
Ramos aponta que, por se tratar de uma operação de crédito, o Pix parcelado estará sujeito à análise de risco e à cobrança de juros, que devem variar conforme o banco. A expectativa é que essas taxas fiquem abaixo da média do rotativo do cartão (450% ao ano) e do parcelamento no cartão (180% ao ano).
O cheque especial cobra uma taxa média de 121% ao ano, segundo dados do Banco Central. Ainda assim, o Pix parcelado tende a ser mais caro do que modalidades como o crédito consignado, cuja taxa pode variar entre 23% e 41% ao ano, dependendo do perfil do tomador.
A nova ferramenta pode acirrar a concorrência entre os bancos, o que tende a promover uma redução nas taxas e ampliar a oferta de crédito. No entanto, o economista defende que as instituições financeiras devem atuar com mais transparência, e que os usuários precisam avaliar o custo efetivo total da operação antes de tomar qualquer decisão.
"A maior transparência dos custos envolvidos é um fator determinante para que as pessoas decidam sobre a melhor forma de realizar uma operação", destaca. Para muitos consumidores, opções como o crédito pessoal ou o consignado ainda serão mais vantajosas.
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