PAPEL E CANETA
REPRODUÇÃO/UNSPLASH
Casa demolida na reforma; especialistas ensinam a calcular gastos e prevenir imprevistos
Publicado em 2/10/2025 - 12h00
Planejar uma reforma vai muito além de escolher cores de parede ou trocar móveis de lugar. O verdadeiro desafio está em calcular corretamente os custos com materiais, mão de obra e imprevistos, para que o sonho não se transforme em pesadelo no orçamento. Mas, afinal, quanto custa reformar e quais passos seguir para evitar desperdícios e dores de cabeça?
"Agendar uma visita técnica antes do início da obra, com as plantas em mãos, é fundamental para medir o espaço, analisar elétrica e hidráulica e facilitar o cálculo dos materiais necessários", afirma a engenheira Érica Mesquita, sócia-fundadora da Reformar Engenharia, em entrevista ao Economia Real.
Embora seja tentador escolher soluções mais baratas, as especialistas ouvidas pela reportagem alertam que a verdadeira economia está na forma de compra e no uso inteligente dos materiais. "Geralmente as soluções mais baratas não são as de melhor qualidade. Para minimizar custos, o ideal é trocar compras em lojas físicas por compras online, onde você adquire o mesmo produto por um preço menor", ressalta Érica.
A mão de obra também precisa estar no centro do planejamento. Decidir entre contratar por diária ou por empreitada exige avaliar a obra e os pagamentos conforme o avanço proporcional do serviço.
"O ideal é contratar uma empresa especializada com equipe própria, que irá fazer um planejamento completo de acordo com a demanda do cliente, cronograma, fornecer garantia e serviço pós-obra", explica Paloma Moreira, diretora financeira da Reformar Engenharia.
Segundo a arquiteta e designer de interiores Paula Souza, pelo menos 30% do valor total da reforma deve ser reservado para a mão de obra. "Faça uma boa pesquisa de mercado, busque indicações e referências, para ter parâmetro de comparação e tomar decisões assertivas. Escolher a mão de obra apenas pelo preço pode custar mais caro no final", alerta.
Imprevistos também fazem parte do processo. Para isso, as especialistas recomendam reservar uma margem de segurança entre 10% e 20% do orçamento da reforma para cobrir alterações durante a execução. "Não é o ideal, mas pode ocorrer, especialmente em reformas mais complexas ou imóveis antigos. Quanto menos planejamento prévio, maiores os riscos de gastar além do esperado", reforça Paula.
Economizar não significa abrir mão da qualidade. "Materiais básicos podem ter ótima estética se bem aplicados. O que realmente faz diferença no orçamento são itens como marcenaria, marmoraria e revestimentos. Já em elétrica e hidráulica, o barato pode gerar grandes prejuízos futuros", conclui a arquiteta.
Para que a obra saia como planejado e o orçamento da reforma não desande, alguns cuidados simples podem fazer toda a diferença:
"O famoso 'o barato sai caro' se aplica muito no universo da construção civil. Sabemos que trabalhamos com sonhos, a responsabilidade é imensa. Pesquise muito antes de contratar e busque referências", conclui Paloma.
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