Golpe digital atinge PMEs com páginas falsas e promoções inexistentes

Um novo golpe tem causado prejuízos a clientes e pequenas e médias empresas (PMEs) por meio de páginas falsas no Instagram. Os criminosos criam perfis falsos para divulgar promoções inexistentes e realizar vendas fraudulentas. Um brechó em Florianópolis (SC) foi uma das vítimas desse esquema e estima ter perdido cerca de 17 mil vendas devido à prática criminosa.

"Eu recebi um print de uma cliente falando que tinha um perfil se passando pela gente, usando o nosso nome, a nossa logo, a nossa mesma descrição e algumas imagens nossas", relata Carla Machado, gestora do brechó Brechik, em entrevista ao Fantástico de domingo (8).

Segundo a reportagem do programa da Globo, os golpistas replicam o perfil da loja no Instagram e anunciam produtos com preços muito abaixo do praticado oficialmente. "Eu já seguia a loja oficial deles. Começou a aparecer muito anúncio, com preços maravilhosos. Acabei caindo no golpe", detalhou Jeniffer Santos, supervisora de facilities e uma das vítimas da fraude digital.

O grande número de vítimas gerou um fluxo intenso de denúncias contra o perfil falso, mas foi a página oficial da loja que acabou derrubada pela plataforma. "A gente chora, ficamos frustrados. Além de trabalho, é a nossa história familiar também ali", desabafou Carla.

De acordo com um levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), 60% das pequenas empresas vítimas de ataques cibernéticos encerram as atividades em até seis meses. A falta de proteção digital e de medidas de cibersegurança contribui para a vulnerabilidade desse segmento.

As pequenas empresas representam mais de 99% dos estabelecimentos comerciais no Brasil. Se elas são impactadas, toda a economia será prejudicada. Temos impactos bastante negativos na geração de emprego e renda", explica Kelly Carvalho, assessora técnica da FecomercioSP.

Outro lado

Em nota enviada ao Fantástico, a Meta (empresa responsável por aplicativos como Instagram, Facebook e WhatsApp) declarou que "atividades que tenham como objetivo enganar, fraudar ou explorar terceiros não são permitidas em nossas plataformas, e estamos sempre aprimorando a nossa tecnologia para combater atividades suspeitas".

"Também recomendamos que as pessoas denunciem quaisquer conteúdos que acreditem ir contra os Padrões da Comunidade do Facebook, as Diretrizes da Comunidade do Instagram e os Padrões de Publicidade da Meta por meio dos próprios aplicativos", prosseguiu a empresa.

A Meta ainda informou que "85% das contas de anúncios removidas ou banidas por violarem nossas políticas nunca gastaram nenhum dólar. E quase 70% das contas de anúncios removidas por violar nossas políticas são eliminadas ou banidas em até uma semana após a data de criação da conta, muitas delas no mesmo dia em que foram criadas".