NOVAS ESTRATÉGIAS

Produtores mudam jogo e buscam crédito fora do plano Safra; entenda

JAMES BALTZ/UNSPLASH

Plantação em fazenda

Plantação em fazenda; entenda como agricultores podem buscar crédito além do Plano Safra

Publicado em 24/8/2025 - 7h00

O produtor rural brasileiro aprendeu, nos últimos anos, que uma boa safra não basta. Para assegurar competitividade no campo, é necessário dominar outro tipo de plantio: o das linhas de financiamento agrícola. Com recursos públicos cada vez mais limitados e custos de produção em alta, cresce o número de agricultores que buscam estratégias combinadas de crédito rural.

"Não existe mais uma solução única. Cada operação é uma composição estratégica, que leva em conta o perfil do produtor, o tamanho da área, a cultura, o nível de endividamento e o objetivo do crédito", afirma Rayssa de Melo, cofundadora da Agree, startup especializada em captação de recursos para o agronegócio.

Apesar de ser a linha de financiamento mais conhecida, o crédito controlado pelo plano Safra tem limites definidos por CPF. No caso de custeio, por exemplo, o teto é de R$ 3 milhões por produtor, valor que atende pequenos e médios agricultores, mas pode ser insuficiente para operações maiores.

"Esse recurso é importante, mas é finito. Quem precisa de um cheque maior deve complementar com crédito privado e fazer isso de forma coordenada, para não estourar a capacidade de pagamento nem sobrecarregar garantias", explica Thays Moura, também cofundadora da Agree.

A diversificação das fontes de financiamento rural ganhou força nos últimos anos. Bancos privados, fintechs especializadas e fundos como os Fiagros passaram a oferecer produtos com menos burocracia, prazos mais longos e foco em nichos específicos, como compra de terras, irrigação, armazenagem ou aquisição de maquinário agrícola.

Os fundos estão cada vez mais abertos a operações estruturadas. Já fizemos casos de aquisição de área com pagamento escalonado em cinco anos, algo impensável no crédito tradicional", detalha Rayssa.

Segundo a Agree, o desafio maior é combinar eszsas linhas de forma estratégica, para respeitar o cronograma da safra e o fluxo de caixa da propriedade.

diVULGAÇÃO/AGREE

Fundadoras Agree

Thays Moura e Rayssa de Melo, fundadoras da Agree

Qual é o melhor crédito rural?

Uma das dificuldades mais comuns entre produtores é entender qual linha acessar, como organizar a documentação e onde encontrar as melhores condições para seu perfil.

Nesse cenário, empresas como a Agree atuam como consultorias de crédito rural. "Nosso trabalho é estruturar a operação do começo ao fim. Entendemos a necessidade do produtor, analisamos o perfil, preparamos o dossiê e buscamos as melhores oportunidades entre nossos parceiros", afirma Thays.

Além da captação de recursos, a startup também atua em reestruturação de dívidas e organização financeira, muitas vezes necessárias antes de acessar novas linhas de crédito. Para as fundadoras da Agree, o maior erro do produtor ainda é tratar o crédito como algo pontual e emergencial, em vez de parte do planejamento da safra.

"Quando o produtor se antecipa, ele tem poder de negociação. Quando busca crédito em cima da hora, geralmente já perdeu taxa, prazo e até a chance de aprovar", alerta Rayssa.

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