LADO B DA GESTÃO
Ser CEO é mais do que status: exige coragem para decisões difíceis, firmeza cultural e liderança nos momentos mais desafiadores.
ILUSTRAÇÃO/CHATGPT
Ilustração de executivo trabalhando sozinho à noite em escritório; CEO enfrentam dificuldades
Publicado em 3/7/2025 - 7h00
Ser CEO é lindo na biografia. Mas quem carrega o cargo de verdade sabe: não tem glamour na solidão de tomar uma decisão difícil. Ser CEO é: ter que demitir alguém bom porque a empresa precisa cortar; ter que escolher entre o que o time quer e o que o negócio exige; e dormir menos, pensar mais e segurar a barra de todos — mesmo quando ninguém segura a sua.
Sim, o cargo dá bônus, liberdade estratégica, poder de decisão e a chance de construir algo do zero com a sua cara.
Mas também cobra um preço alto: solidão nas decisões estratégicas, pressão por resultado sem desculpas e culpa mal gerenciada quando tudo pesa.
O que diferencia o CEO medíocre do CEO forte? A capacidade de bancar a cultura organizacional até nos dias ruins.
CEO que terceiriza decisão difícil enfraquece a régua. CEO que cede ao "mimimi" interno em nome da paz mata a meritocracia. CEO que tolera comportamento que destrói o time só porque a pessoa "vende bem" está construindo uma bomba-relógio com caixa alta.
Reflete sobre isso: o que você deixou passar nos últimos 3 meses por medo de conflito? Você está sendo mais chefe de operação… ou guardião da cultura? Quem hoje dentro da empresa estaria no time se a cultura fosse inegociável?
CEO bom não é o que resolve tudo. É o que não foge daquilo que só ele pode decidir. Ser CEO é escolher proteger o futuro, mesmo que isso custe o presente. E o preço é alto. Mas o resultado… só aparece pra quem banca até o fim.
Quem não aguenta o peso, não sustenta a cultura. Quem foge da decisão, entrega a liderança pra quem grita mais alto. E quem quer empresa de verdade — que cresce, entrega e dura — precisa estar disposto a segurar o silêncio da noite… e voltar no dia seguinte com a decisão certa, não a mais fácil.
*As opiniões do colunista não refletem, necessariamente, o posicionamento do Economia Real.