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ILUSTRAÇÃO/CHATGPT
Tela de computador com imagem sobre Reforma Tributária; entenda erro que pode prejudicar empresas
Publicado em 24/7/2025 - 6h00
Com milhares de empresas em sua base e dezenas de sistemas integrados ao cotidiano dos negócios brasileiros, a TOTVS se prepara desde 2023 para um dos maiores desafios tributários das últimas décadas: a Reforma Tributária. Contudo, a mobilização dos empresários sobre o tema ainda está aquém do necessário, e isso pode gerar prejuízos em breve para os clientes da companhia.
"Tem muita gente perguntando: 'Quando começa?' Mas já estamos quase em agosto e, para empresas que não se prepararem, as notas fiscais podem começar a ser rejeitadas já em janeiro. Entendemos que essa mudança será da mesma magnitude do que foi o Plano Real", alerta Rodrigo Sartorio, diretor de Produtos da TOTVS e responsável pela adaptação dos sistemas da empresa, em entrevista ao Economia Real.
Líder de mercado em sistemas e plataformas para gestão empresarial, a TOTVS integra o grupo de companhias que fazem parte do programa piloto da Reforma Tributária, iniciado em 1º de julho pela Receita Federal. "É como mudar a turbina do avião sem pousar. Estamos confiantes de que estaremos tecnicamente preparados. Mas a preocupação é com a mobilização dos clientes. Muitos ainda não entenderam a urgência", reforça Sartorio.
Segundo o executivo, diferentemente do Imposto de Renda Pessoa Física (que, apesar das consequências, muitos brasileiros ainda deixam para a última hora e não enfrentam problemas com o Leão), as mudanças logísticas exigidas pela Reforma Tributária são complexas e demandam tempo de preparação.
Um exemplo prático: a partir de janeiro, se uma empresa emitir uma nota fiscal sem o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) calculados, o documento será rejeitado pela Secretaria da Fazenda do Estado ou Município. "É um risco operacional imenso. Imagine não conseguir faturar porque seu sistema não foi atualizado?", alerta Sartorio.
A loja emite, o sistema envia para a Sefaz, ela valida, assina digitalmente e devolve. Tudo isso em tempo real. Mas, se os novos tributos não estiverem ali, o processo falha. E sem nota fiscal válida, a venda simplesmente não acontece", destaca.
Além do impacto operacional, há implicações estratégicas: empresas que se beneficiavam de operações interestaduais ou incentivos fiscais regionais terão de rever se esses modelos continuam vantajosos, já que o imposto passa a ser calculado no destino, e não mais na origem.
diVULGAÇÃO/TOTVS
Rodrigo Sartorio, diretor de Produtos da TOTVS
Diante desse cenário, a TOTVS iniciou um mutirão nas últimas semanas e entrou em contato com todos os seus clientes para reforçar a importância da adaptação e atualização dos sistemas.
"A reforma é complexa, porque pode afetar a estratégia de diversas empresas. Não se trata apenas de pagar mais ou menos imposto, mas de revisar onde e como se opera", explica.
A companhia estruturou um plano em três etapas para auxiliar os clientes na transição:
"O recurso já estará disponível nos sistemas TOTVS, mas o cliente precisa atualizar e fazer a parametrização no ambiente dele. Isso exige atenção técnica e testes simulados. A mensagem principal é que ele já está atrasado se ainda não fez a conscientização, não atualizou os sistemas e não começou a parametrizar os novos impostos, que é o que já poderia ter feito desde o começo do ano", comenta o diretor.
Os clientes que enfrentarem dificuldades na atualização dos sistemas podem contratar parceiros da TOTVS ou um serviço de consultoria comercializado pela própria companhia.
Este conteúdo integra a série especial do Economia Real sobre a Reforma Tributária. Publicamos novos textos às terças e quintas, com análises práticas para quem quer se preparar desde já para as mudanças no sistema tributário brasileiro.
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