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Gabriel Lopes e André Servaes, fundadores da Selvia; amigos criaram fintech para médicos
Publicado em 7/8/2025 - 8h00
Preencher planilhas, abrir CNPJ, entender o anexo do Simples Nacional, calcular pró-labore e pagar imposto em dia nunca fizeram parte do sonho de quem passou oito anos na faculdade de Medicina. Mas são dores reais de quem atua como profissional de saúde no Brasil e, para ajudá-los nessa jornada, o administrador André Servaes e o engenheiro mecânico Gabriel Lopes criaram um "concierge financeiro para médicos", a startup Selvia.
"Os médicos pagam muito mais imposto do que deveriam. Isso acontece não por falta de contabilidade, mas por falta de tecnologia", afirma Servaes, CEO e cofundador da empresa, em entrevista ao Economia Real.
A companhia nasceu em 2024, após a dupla ouvir as dores de amigos médicos recém-formados que enfrentavam dificuldades na gestão contábil e tributária. A proposta é simples: permitir que esses profissionais abram uma empresa, tenham uma conta PJ e resolvam todas as burocracias diretamente pelo WhatsApp, com o apoio de uma assistente financeira automatizada.
A Selvia já recebeu um aporte de R$ 2 milhões em rodada de investimento-anjo e está focada em escalar o produto voltado a médicos que atuam como prestadores de serviços individuais.
"O que o médico quer é mandar uma mensagem e ter o problema resolvido. Ele não quer saber qual é o anexo tributário mais vantajoso, só quer atender o paciente com tranquilidade", ressalta Servaes.
A plataforma é integrada ao sistema bancário via as plataformas Celcoin e StarkBank, realiza a abertura do CNPJ, calcula os impostos automaticamente e transfere os valores líquidos para a conta PF do médico, tudo sem necessidade de baixar aplicativo ou lidar com planilhas.
Ao contratar a Selvia, o médico envia seus dados por WhatsApp, abre sua empresa, recebe um CNPJ e já passa a operar por meio da conta PJ integrada. A startup calcula e paga os impostos automaticamente, gera relatórios e transfere os lucros para a conta pessoal do médico. O saldo da PJ funciona apenas como uma conta de passagem.
A tecnologia da startup é personalizada e desenvolvida internamente, com um time de ex-engenheiros do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e da Poli-USP, justamente por conta da complexidade da operação. "Você não pode errar com contabilidade. A gente não usa um bot genérico, tudo foi pensado para garantir precisão e compliance", explica o CEO.
Segundo Servaes, mais de 30% dos médicos no Brasil atrasam o pagamento de impostos e isso representa multas, perda de dinheiro e estresse com burocracia. "Nosso trabalho é garantir eficiência tributária, o que significa pagar o que é certo, mas nunca a mais", completa.
Nos próximos 10 anos, o Brasil deve formar mais de 1,5 milhão de novos médicos, segundo estimativas internas da empresa. E a nova geração, com média de faturamento entre R$ 10 mil e R$ 15 mil mensais, tem mostrado muito mais preocupação com finanças do que as gerações anteriores.
Por isso, a Selvia planeja expandir seu portfólio e oferecer produtos como antecipação de recebíveis, seguros e assessoria de investimentos.
"Não adianta garantir a eficiência tributária se o médico contrata um seguro que não cobre o que deveria. A gente quer ser o braço direito desses profissionais", comenta Servaes. A startup já estuda parcerias com corretoras e plataformas especializadas para entregar esses novos produtos ainda em 2025.
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