PROTECTPRO BRASIL

Após ida à China, ex-militar vende 9 milhões de películas para celular

KUAILEQIE RE/UNSPLASH

Imagem de diferentes tipos de smartphone

Com mais de 20 mil modelos de smartphone, ex-militar fabrica películas personalizadas

Publicado em 8/7/2025 - 11h00

Ex-sargento da Marinha, Luiz Gomes trocou a estabilidade do serviço público por uma aposta arriscada: abrir uma loja de smartphones no Rio de Janeiro. Essa experiência, somada a uma viagem à China, fez com que ele construísse a ProtectPro, empresa que já vendeu mais de nove milhões de películas para smartphones, tablets e outros dispositivos eletrônicos.

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"A dor era clara: o cliente queria proteger o celular, mas o lojista não conseguia ter película para todos os modelos. E isso frustrava os dois lados", explica Gomes ao Economia Real.

Com mais de 20 mil modelos de celulares em circulação, manter estoque de películas para todos esses aparelhos é inviável. Foi a partir dessa dor que a empresa encontrou seu diferencial competitivo: a venda de máquinas de corte de película que permitem personalizar a proteção na hora, conforme o modelo do dispositivo do cliente.

Hoje, nossas máquinas têm dados de modelos que nem foram lançados ainda. Quando sai o novo iPhone, a gente já está pronto", afirma o empreendedor.

Com mais de cinco mil máquinas espalhadas pelo país, a ProtectPro se tornou uma das líderes no mercado especializado em proteção de dispositivos móveis. A empresa opera com dois modelos de negócio: no primeiro, vende as máquinas para lojistas e mantém a relação por meio da venda recorrente de películas — responsável por 80% do faturamento da marca.

No segundo, o lojista assina um plano mensal e recebe as películas como parte do pacote. "O lojista paga R$ 600 por mês, vende cada película por R$ 50 e fatura até R$ 5 mil. É um modelo simples, escalável e que cabe no bolso de quem está começando", detalha.

O modelo de negócio enxuto e de retorno rápido atraiu a atenção da TGG Capital, gestora de private equity liderada por Theo Braga, Gustavo Usero e Gabriel Lopes. O aporte, cujo valor não foi divulgado, será direcionado para a expansão da rede e o lançamento de novos formatos de assinatura.

"Investimos em negócios turnkey, ou seja, que estão completamente prontos para serem operados e não precisam de grandes ajustes para funcionar. Eles geram valor e têm capacidade de transformar mercados inteiros", afirma Braga.

diVULGAÇÃO/TGG CAPITAL

TGG Capital

Gustavo Usero, Theo Braga e Luiz Gomes

Gomes lembra que os investidores só compreenderam de fato o impacto do negócio quando testaram a tecnologia: "Apresentei o pitch, mas só acreditaram de verdade quando levei a máquina no escritório e apliquei película nos celulares deles."

O que a Marinha ensina sobre gestão?

A disciplina e o foco estratégico adquiridos durante os anos na Marinha continuam sendo fundamentos do dia a dia de Gomes como gestor.

"Lá, aprendi a liderar equipe, lidar com pressão e ter resiliência. São valores que carrego até hoje na forma como escalo o negócio e tomo decisões difíceis", relata.

Segundo ele, o mindset militar ajudou a estruturar a operação com foco em processos, eficiência logística e atenção aos detalhes: "A Marinha me ensinou que qualquer missão só dá certo com planejamento. E é exatamente assim que tratamos cada novo produto ou estratégia dentro da ProtectPro".

Mesmo com um crescimento médio de 50% ao ano nos últimos dois anos, a meta agora é dobrar de tamanho até o fim de 2025. Com estrutura própria de importação da China, marca exclusiva e controle de qualidade interno, a ProtectPro mira a expansão internacional e projeta um faturamento de R$ 160 milhões em cinco anos.

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