Ele transforma negócios em franquias e aprendeu isso ao vender desinfetante

Leonardo Castelo vendia produtos de limpeza de porta em porta até fundar a Ecoville, primeira rede do setor a popularizar embalagens de cinco litros para o consumidor final. O negócio cresceu rapidamente e abriu caminho para um novo desafio: liderar o Ecossistema 300 Franchising, grupo com mais de 90 marcas e 12 mil franquias vendidas no Brasil e no exterior.

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"Comecei com loja própria, depois licenciei a marca, depois franqueei. Passei por todas as fases. A 300 nasceu como aceleradora, mas virou um ecossistema. Temos verticais de aceleração, consultoria e gestão, com uma camada transversal de educação", explica Castelo ao Economia Real.

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Mais do que abrir lojas, a missão do CEO da 300 Franchising é estruturar negócios com mentalidade de crescimento e foco em governança. Com sede em Itapema (SC), a companhia funciona como um centro de serviços compartilhados e oferece times de marketing, expansão, jurídico e gestão para redes que não teriam fôlego para estruturar essas áreas sozinhas.

O modelo permite que empresas locais ganhem escala nacional. Contudo, Castelo afirma que a primeira lição de gestão que aprendeu foi saber dizer "não". Segundo ele, o grupo recusa mais negócios do que aceita.

A maioria me aborda dizendo 'meu negócio é franqueável'. Mas falta inovação, processo, margem, marca. A gente só entra em negócios validados, com modelo testado e capacidade de escalar. Nosso papel é mostrar que gestão vem antes da expansão", destaca.

Outro diferencial da 300 é um programa de mentoria para franqueados iniciantes. Antes de escolherem a marca, os candidatos passam por seis meses de capacitação. "O empreendedor aprende planejamento, liderança e marketing. Só depois define a franquia. Não vendemos sonho, vendemos método", afirma.

Crescimento com disciplina

Entre 2020 e 2024, o grupo multiplicou seu faturamento com foco em eficiência, tecnologia e posicionamento estratégico. "Se você quer crescer com consistência, precisa ter um bom produto, um modelo de negócio escalável e gente boa na execução. A maior falha dos empreendedores é crescer sem processo", destaca.

De olho no futuro, Castelo aposta na expansão internacional. Em 2024, a empresa começa a operar na Argentina com quatro marcas, todas com estrutura própria, squads locais e suporte integral. "Não é o franqueado brasileiro indo sozinho e tentando se virar. Vamos com time, com plano e com método", reforça.

Para ele, o segredo da gestão de alto desempenho está na combinação entre processo, cultura e decisão: "Tem gente que foca só na cultura e esquece da execução. Tem gente que é ótimo executor, mas não sabe formar time. Crescer exige um modelo que funcione sem depender do dono".

Hoje, Castelo lidera redes em diversos setores, de estética masculina a pastelarias, mas afirma que o maior legado da 300 não é o número de unidades, e sim o impacto. "Nossa missão é profissionalizar o franchising brasileiro. Quem tem método cresce. Quem só tem vontade, tropeça", diz.