ESTRATÉGIA PRÁTICA
ILUSTRAÇÃO/CHATGPT
Ilustração criada por inteligência artificial mostra empresário preocupado com Reforma Tributária
Publicado em 5/8/2025 - 7h00
A cena é comum entre pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras: muitos gestores ainda acreditam que a Reforma Tributária "não chegou" de fato. Mas a verdade é que ela já está em curso, e a transição para o novo sistema será mais complexa e demorada do que se imagina. Segundo especialistas, o primeiro passo é claro: realizar um diagnóstico tributário do negócio para avaliar se os sistemas fiscais atuais estão preparados para lidar com o novo regime.
"Tem muito empresário esperando por uma regulamentação futura. Mas essa espera não faz mais sentido. A transição começa em janeiro de 2026, e quem ainda não iniciou esse processo já está atrasado", alerta Fagner Souza, gerente jurídico da SIS Innov & Tech, consultoria especializada em inovação e transformação digital, em entrevista ao Economia Real.
Tem alguma dúvida sobre a Reforma Tributária? Clique aqui e mande sua pergunta para o Economia Real!
A partir de 2026, empresas de todos os portes deverão emitir notas fiscais com os novos tributos — IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) — mesmo que ainda não precisem recolhê-los.
"Sem esses campos preenchidos, a nota fiscal pode ser rejeitada. Isso significa, literalmente, não conseguir vender", explica Rudnei Rocha, CIO da SIS Innov & Tech.
A pedido da reportagem, os consultores elaboraram um plano de ação em três etapas para preparar as PMEs para a nova legislação tributária:
"Nosso papel é garantir que a empresa opere com os dois sistemas em paralelo durante a transição, mas também compreenda o impacto estratégico da Reforma no negócio", reforça Rocha.
Para Souza, o maior erro é tratar a adequação como uma simples mudança de alíquota. "Estamos falando de substituição de tributos. É uma mudança de arquitetura tributária", afirma.
Além dos ajustes operacionais, os especialistas alertam que os empresários devem reavaliar pontos críticos como:
"É comum vermos negócios que, ao simular a nova estrutura tributária, descobrem uma queda brusca na margem. Por isso, desenvolvemos uma ferramenta de inteligência fiscal que antecipa cenários e permite ajustes estratégicos", destaca Souza.
A complexidade do processo exige mais do que o trabalho do contador. Segundo Rocha, o projeto requer profissionais que dominem os aspectos jurídicos, fiscais e tecnológicos da Reforma. "É uma transição multidisciplinar. E quanto mais o empresário adiar a preparação, mais caro será se adaptar depois", conclui.
Este conteúdo integra a série especial do Economia Real sobre a Reforma Tributária. Publicamos novos textos às terças e quintas, com análises práticas para quem quer se preparar desde já para as mudanças no sistema tributário brasileiro.
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.