CRISTIANO CORREA

Ele foi demitido ao recusar emprego na China, abriu franquia e virou CEO

DIVULGAÇÃO/ECOVILLE

Cristiano Correa, CEO da Ecoville

Cristiano Correa, CEO da Ecoville; ex-executivo foi demitido, abriu franquia e virou CEO da rede

Publicado em 4/8/2025 - 7h00

Filho de pais que fracassaram no empreendedorismo, Cristiano Correa cresceu com um sentimento claro: não queria seguir o mesmo caminho. Buscou estabilidade em grandes empresas e parecia ter traçado um futuro sólido no mundo corporativo. Até que uma proposta que parecia uma promoção mudou tudo, fez ele ser demitido da multinacional e abrir uma franquia da Ecoville. Graças ao sucesso da operação própria, ele cresceu na rede e se tornou CEO da marca especializada em soluções de limpeza.

Essa história começa em 2014, quando ele seria transferido para comandar uma unidade da multinacional na China, sem aumento de salário e sem poder levar a família. Ao recusar a proposta, o então executivo foi demitido. "Foi uma demissão elegante. Eu não aceitei a proposta e saí da companhia. Mas ali começou, sem eu saber, a maior virada da minha vida", relembra Correa em entrevista ao Economia Real.

Desempregado e incerto sobre os rumos da carreira, viu a mulher tomar a dianteira e abrir uma unidade franqueada da Ecoville, mesmo sem conhecer ninguém em Itapema (SC). "Eu era o cara que estava no caixa, que limpava a loja, que fazia tudo", conta o executivo.

O negócio cresceu rápido e, em quatro anos, tornou-se a unidade com maior faturamento da franquia. Com o bom desempenho, Correa decidiu empreender novamente, dessa vez com uma empresa voltada a serviços de limpeza profissional. O novo negócio também prosperou, virou franquia e foi adquirido pela holding 300 Franchising — a mesma dona da Ecoville.

O desempenho chamou a atenção de Leonardo Castelo, fundador da rede, que convidou Correa para assumir a operação da Ecoville como CEO em 2021. "Eu comecei como franqueado, fui executivo, virei empreendedor e agora estou do outro lado da mesa. Eu conheço o chão da loja e o estratégico do negócio", reforça.

Hoje, ele lidera a transformação da Ecoville em um ecossistema completo de limpeza, que vai da venda de produtos com marca própria à locação de equipamentos e prestação de serviços como diaristas, jardinagem e zeladoria. O investimento inicial para abrir uma franquia parte de R$ 159 mil. Em 2024, a marca cresceu mais de 20% e, para 2025, planeja um crescimento de 25% na rede e a abertura de 100 novas unidades.

A dor que virou diferencial

Na infância, o engenheiro mecânico viu os pais empreenderem e falirem mais de uma vez. Essa dor virou combustível e também aprendizado. "Faltou conhecimento e coragem para os meus pais. E é isso que eu entrego hoje para os franqueados: orientação técnica e apoio para que testem, validem e cresçam".

Empreender sempre foi o que eu não queria. Mas foi exatamente o que me fez ser quem sou hoje. E não tem nada mais gratificante do que transformar a vida de outros empreendedores junto com a gente", destaca.

Segundo o líder da rede de franquias, um dos maiores diferenciais da Ecoville é ajudar o franqueado a sair do "comércio de produto" e entrar no "negócio da solução". "A maioria das pessoas só conhece desinfetante, água sanitária e detergente. A gente ensina sobre produtos técnicos, performance e gestão de equipe", comenta.

Correa também acredita que o sucesso da rede está na profissionalização de um setor historicamente informal: "Quando alguém lembra da gente, queremos que pensem: 'a Ecoville resolve'. Como se fôssemos o Batman da limpeza".

A empresa não abre os números de faturamento, mas o executivo revela que o crescimento de 25% para este ano está atrelado ao lançamento de novas linhas voltadas ao mercado profissional e a entrada no setor de lavanderias self-service, de olho na capilaridade da marca e a demanda crescente por soluções automatizadas no cuidado com roupas e tecidos.

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