DENTRO DOS NEGÓCIOS

Como essa empresa cresceu 300% ao mudar uma estratégia de vez

DIVULGAÇÃO/MBLABS

Renan Basso, cofundador da MBLabs

Renan Basso, cofundador da MBLabs; empresa cresceu 300% nos últimos dois anos ao mudar foco

Publicado em 16/7/2025 - 7h00

No universo das médias e grandes empresas, ter um time de tecnologia próprio virou quase obrigação. Mas internalizar desenvolvedores não é o mesmo que ter uma cultura digital madura — e esse descompasso entre desejo e execução abre espaço para empresas como a MBLabs, que cresceu 300% nos últimos dois anos ao mudar de rota e ajudar companhias do setor bancário a entregar inovação sem sobrecarregar a estrutura interna.

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"Mesmo montando times internos, muitas empresas não conseguem performar. A cultura não acompanha. Está tudo ali — produto, UX, engenharia, mas a engrenagem não gira", afirma Renan Basso, cofundador da MBLabs, em entrevista ao Economia Real.

Fundada em 2013 em Campinas (SP), a MBLabs deu uma guinada nos seus números ao migrar sua atuação para soluções voltadas ao setor financeiro. "Foi o setor que escolheu a gente", brinca Basso. Mas a decisão de se aprofundar nesse nicho, entender suas dores e criar soluções replicáveis fez toda a diferença.

No início, a companhia atuava como uma consultoria tradicional de tecnologia, ao desenvolver sistemas sob demanda para grandes empresas. Mas o modelo, embora rentável, tinha limitações. A virada veio quando a empresa passou a investir em soluções próprias, focadas no mercado financeiro — que, além de ter dinheiro para investir, apresentava dores comuns e recorrentes.

Nós vimos que dava para desenvolver aplicativos e replicar entre os clientes. Criamos produtos pré-prontos e diminuímos o ticket médio de entrada", explica.

Com isso, empresas que antes hesitavam em fechar contratos de R$ 200 mil a R$ 300 mil por mês passaram a contratar projetos de R$ 30 mil a R$ 50 mil. O objetivo? Facilitar a entrada e, depois, escalar. "Metade dos clientes que entram com produtos menores acabam usando nossa estrutura de time em até seis meses", diz.

A estratégia criou um funil sustentável de crescimento. Segundo o cofundador, o LTV (valor do tempo de vida do cliente) da nova base é tão alto quanto o do modelo anterior. Essa especialização permitiu o crescimento do negócio, mas também exigiu foco.

Nos últimos anos, a empresa revisou sua carteira e passou a recusar contratos que não faziam mais sentido estratégico. "A gente dizia: 'no ano que vem, não vamos te atender mais'. Sempre de forma transparente, indicando quem poderia dar suporte", conta. Com isso, a empresa dobrou de tamanho ano após ano, mesmo com o número menor de clientes na base. "Foco e especialização funcionam", resume Basso.

O que outras empresas podem aprender

O caso da MBLabs deixa pelo menos três aprendizados valiosos para gestores e empresários:

  • Nem toda inovação precisa ser interna. Ter equipe própria é importante, mas empresas sem cultura de desenvolvimento podem se beneficiar mais de parceiros especializados.
  • Soluções replicáveis geram escala. Criar produtos pré-prontos permite crescer mesmo com tickets menores — desde que exista uma jornada clara de expansão.
  • Foco é diferencial competitivo. Atender todo mundo pode parecer vantajoso no curto prazo, mas escolher um nicho e se tornar referência nele pode trazer mais valor no longo prazo.

Para a MBLabs, o setor financeiro se revelou uma aposta certeira. Mas o segredo está menos no mercado escolhido — e mais na profundidade com que ele foi explorado.

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