CUSTO DO CRÉDITO

Como a alta do IOF impacta as empresas do MEI e do Simples Nacional

INGO STILLER/UNSPLASH

Imagem de Leão, em alusão a cobrança de impostos

Imagem de Leão, em alusão a cobrança de impostos; entenda como o IOF impacta pequenas empresas

Publicado em 23/7/2025 - 13h11

As idas e vindas em torno das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) impactam diretamente as empresas optantes pelo Simples Nacional e os microempreendedores individuais (MEIs), que já enfrentam margens apertadas e dificuldade de acesso a crédito. Em algumas simulações, o custo do tributo mais que dobrou.

"Para um empréstimo de R$ 10 mil, o custo do IOF passou de R$ 88 para R$ 195. A alíquota praticamente dobrou. Isso afeta diretamente o custo dos produtos e, consequentemente, o preço que o consumidor irá pagar", explica Charles Gularte, vice-presidente executivo de Serviços aos Clientes da Contabilizei.

Com a nova regra, o teto do IOF para empresas em geral sobe de 1,88% para 3,38% ao ano. Já para os optantes pelo Simples, a alíquota fixa salta de 0,38% para 0,95%, enquanto a alíquota diária dobra: de 0,00137% para 0,00274%. Em financiamentos de até R$ 30 mil, o imposto total pode chegar a 1,95% ao ano — ante os 0,88% cobrados anteriormente.

Segundo o especialista, a decisão também pode levar instituições financeiras a reverem limites de crédito para pequenos negócios. "Para quem já tem dificuldade de acesso a capital, esse aumento pode ser a diferença entre seguir operando ou encerrar as atividades", alerta.

No caso de operações superiores a R$ 30 mil, as empresas do Simples passam a ser tributadas com as mesmas alíquotas das demais pessoas jurídicas, o que eleva o IOF potencial a até 3,95% ao ano.

A única exceção mantida pelo STF foi a tributação da modalidade risco sacado, tipo de antecipação de recebíveis que beneficia fornecedores com fluxo de caixa mais rápido. Essa cobrança foi suspensa por decisão do ministro Alexandre de Moraes, que entendeu que não se trata de operação de crédito tradicional.

Governo espera arrecadar R$ 11,5 bi com nova regra

De acordo com o Ministério da Fazenda, a medida busca "uniformizar o tratamento tributário entre pessoas físicas e jurídicas". A pasta estima que a nova regra gere R$ 11,5 bilhões em arrecadação no próximo ano.

Com a suspensão da tributação sobre risco sacado, no entanto, a previsão de receita cai R$ 450 milhões em 2025 e R$ 3,5 bilhões em 2026.

"É fundamental que empresários e contadores estejam atentos a contratos, prazos e às condições das linhas de crédito disponíveis no mercado. Buscar alternativas mais vantajosas pode fazer toda a diferença nesse novo cenário", orienta Gularte.


Este artigo foi produzido com uso de inteligência artificial, mas sob a supervisão e responsabilidade de jornalista profissional.

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