SMIRNOFF
PAUL ESPINOZA/PEXELS
Publicado em 6/7/2025 - 9h00
Uma das bebidas destiladas mais populares do mundo, a vodka Smirnoff movimenta um império de R$ 16,2 bilhões ao vender seis garrafas por segundo. O que poucos sabem é que a história da vodka Smirnoff tem origem na fuga de um empresário russo e em uma aposta ousada nos Estados Unidos — em uma época em que quase ninguém sabia o que era vodka por lá.
A origem remonta ao período do czarismo russo. No início do século 20, Vladimir Smirnoff era um dos homens mais ricos da Rússia e fornecedor oficial da família real. Com a Revolução Bolchevique, em 1917, tudo mudou. Empresas privadas foram proibidas e Smirnoff foi preso.
Quase fuzilado, o empresário escapou durante uma invasão à prisão e iniciou uma jornada de fuga pelo mundo — até se estabelecer em Paris, na França. Quinze anos depois, já nos Estados Unidos, um imigrante chamado Rudolph Kunett se deparou com um anúncio de jornal que vendia a receita original da vodka Smirnoff.
"O Smirnoff não tinha quase nada além do sobrenome da família e da receita de vodka filtrada no carvão do pai dele. Então, ele colocou um anúncio no jornal americano, que foi visto por Rudolph Kunett", explica o jornalista Erik Ofgang no documentário Gigantes dos Alimentos, do History Channel — confira o vídeo no começo da reportagem.
Na época, a vodka nos Estados Unidos era tão rara quanto comidas exóticas em mercados locais. "Algumas pessoas já tinham ouvido falar, pouquíssimas pessoas tinham experimentado — talvez apenas em comunidades de imigrantes. Não era comum", reforça Ofgang.
Mesmo assim, Kunett apostou na receita, enfrentou anos de dificuldade e chegou a atuar como executivo da gigante de cosméticos Helena Rubinstein para financiar o sonho.
Décadas depois, a Smirnoff se tornaria um símbolo global, o que consolidou a vodka como o destilado mais vendido do mundo. Uma trajetória marcada por exílio, persistência e inovação — que hoje representa um império da vodka avaliado em mais de US$ 3 bilhões por ano.
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