AMOR POR ASSINATURA
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Presentes em alusão ao Dia dos Namorados; estratégia ajuda PMEs a ter vendas recorrentes
MATHEUS CEBALLOS, MsC
redacao@economiareal.com.brPublicado em 21/5/2025 - 9h45
Falta menos de um mês para o Dia dos Namorados está chegando e a pergunta que abre esta coluna pode parecer inusitada: o que um modelo de negócios por assinatura tem em comum com um relacionamento amoroso?
Num primeiro momento, você pode até achar que estou exagerando na analogia… ou que sou um dos últimos românticos do mercado. Mas te convido a seguir a leitura — porque, no fim, tudo faz sentido.
Vender uma vez é como dar match. Manter é outra história. Durante muito tempo, empreender significava começar o mês do zero. Zero vendas. Zero previsibilidade. Zero paz.
Era como estar solteiro no Tinder: cada mês, um novo "oi, tudo bem?", um novo esforço de encantamento, uma nova paquera tentando virar relacionamento. Cada cliente (ou cada date) era uma conquista do zero.
Cada meta batida (ou encontro bem-sucedido) era o começo de mais esforço. Do mesmo tamanho. Com a mesma energia. Mês após mês. Mas agora, negócios que antes vendiam uma vez e torciam para o cliente voltar estão adotando um modelo mais inteligente:
O modelo de receita recorrente. Ou, como o mercado gosta de chamar: o efeito assinatura. Não é só para startups. É para todo mundo. Muita gente ainda pensa que assinatura é coisa de software.
Mas o modelo começou com revistas, passou pelas academias… e hoje está em todo lugar:
O produto não mudou. O modelo, sim. A pergunta deixou de ser "o que você vende?" Agora é: "quanto seu cliente paga por mês para continuar com você?". Receita recorrente = previsibilidade. Negócios com modelo de assinatura oferecem três superpoderes:
Na prática:
Assinatura exige valor contínuo. Igual a um bom relacionamento.
Mas atenção: Cobrar todo mês sem entregar valor é pedir para ser dispensado.
Assim como num relacionamento, um modelo de assinatura exige:
Empresas que prosperam com assinaturas entendem:
Por isso, negócios por assinatura não vendem apenas um produto. Eles vendem: acesso, curadoria, praticidade, status, exclusividade ou apoio contínuo.
Pequenas e médias empresas costumam achar que não podem competir com gigantes. Mas no jogo da recorrência, têm uma carta na manga: agilidade + proximidade com o cliente.
Você não precisa criar um novo negócio. Só precisa transformar o que já faz bem em um modelo com entrega recorrente:
Muitas vezes, o cliente não quer mais. Ele só quer mais fácil. E a assinatura resolve isso.
Relacionamentos e negócios: o que vale é o depois do "sim". Vender uma vez é fácil. Criar uma relação duradoura é outra história.
No modelo tradicional, você precisa conquistar 100 clientes por mês. No modelo recorrente, basta manter 100 bons clientes por ano.
Você para de correr atrás do mês, e começa a construir o ano. O futuro é de quem fatura dormindo. Se o seu negócio ainda depende de cada venda individual para sobreviver, está na hora de repensar.
Receita recorrente não é só sobre vender todos os meses. É sobre garantir que o mês comece com base, com margem, com respiro. É isso que separa empresas que sobrevivem daquelas que escalam.
Porque vender uma vez, qualquer um vende. Difícil é fazer o cliente continuar pagando, e ainda sentir que está ganhando. A pergunta que fica é: seu negócio quer só um match ou um relacionamento duradouro?
*As opiniões do colunista não refletem, necessariamente, o posicionamento do Economia Real.
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