CRESCIMENTO DA ECONOMIA

Na contramão da alta dos juros, inadimplência das empresas recua

JOÉDSON ALVES/AGÊNCIA BRASIL

Imagem de pessoa usando calculadora do celular

Pessoa usando calculadora do celular; inadimplência das empresas recuou em fevereiro de 2024

Publicado em 13/4/2025 - 10h00

A inadimplência das empresas brasileiras recuou em fevereiro e atingiu 10,25%, ante 11,27% em janeiro, segundo o Índice Multiplike de Devedores (IMD). O movimento surpreendeu especialistas, já que, em geral, quando a taxa de juros sobe, as dívidas aumentam, o que costuma gerar atrasos e renegociações.

No fim de janeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros, a Selic, para 13,25% ao ano. Em março, houve novo aumento, levando a Selic para 14,25% ao ano — o maior patamar dos últimos 20 anos.

De acordo com Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, responsável pelo estudo, fatores como o crescimento do PIB, a queda no desemprego e o aumento da renda dos trabalhadores impulsionam a economia e podem explicar a queda na inadimplência corporativa.

O levantamento monitora os direitos creditórios corporativos, créditos que as empresas têm a receber, como parcelas de cartão de crédito e contratos de aluguel. De janeiro para fevereiro, a carteira desses títulos cresceu R$ 3,3 bilhões e atingiu R$ 58,3 bilhões.

Eyng destaca que, em janeiro, é comum que os fundos de direitos creditórios (FIDCs) mantenham um caixa mais elevado. Esses recursos tendem a serem usados em fevereiro, o que explica parte da expansão na carteira.No primeiro bimestre de 2025, a inadimplência apresentou uma leve variação e os títulos vencidos caíram de R$ 6,2 bilhões em janeiro para R$ 5,9 bilhões em fevereiro.

"Quanto à pequena variação dos vencidos, é importante notar que as aquisições recentes, realizadas em janeiro e fevereiro, representam principalmente um fluxo de vencimentos futuros. Esse comportamento deverá ser monitorado nos próximos relatórios, quando esse volume começar a ser liquidado", detalha o executivo.

O índice também oferece uma visão detalhada da inadimplência em curto, médio e longo prazos. A maior redução foi registrada nas dívidas com vencimento acima de 360 dias, que caíram de 19,84% em janeiro para 18,74% em fevereiro.

Por outro lado, os vencidos entre 31 e 60 dias aumentaram de 8,72% para 9,87%. A análise aponta que, quanto maior o tempo de atraso, menor a chance de recuperação do crédito. As demais faixas de vencimento, somadas, representam 60,54% do total.

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