DESAFIO DA POSITIVECO

Como manter a cultura de impacto enquanto a empresa cresce?

Como a PositiveCo, dona da A Tal da Castanha, quer crescer sem perder cultura e propósito no competitivo mercado de alimentos saudáveis.

DIVULGAÇÃO/POSITIVECO

Felipe e Rodrigo Carvalho, co-CEOs da PositiveCo; irmãos explicam desafios do crescimento de empresa

Publicado em 21/7/2025 - 6h00

Criar uma empresa com propósito é difícil. Crescer sem perder esse propósito é ainda mais desafiador. É essa a missão de Felipe Carvalho, co-CEO da PositiveCo, grupo responsável por marcas como A Tal da Castanha, que já vendeu mais de 50 milhões de litros de bebidas vegetais no Brasil.

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"Quando você cresce, o maior risco não é operacional, é de cultura. Crescer mantendo a essência exige consciência diária e muita comunicação", explica Carvalho em entrevista ao Economia Real.

Fundada com base nos valores de transparência, impacto positivo e sustentabilidade, a PositiveCo nasceu como um negócio familiar. A convivência próxima e o propósito claro ajudaram a moldar uma cultura de equipe horizontal, com senso de dono e engajamento.

Mas, conforme a empresa expandiu (com novas marcas, novos mercados e novos investidores), surgiram os dilemas típicos da escalada. "Não dá para contratar só pela técnica. A gente precisa de gente que se conecte com o propósito, que esteja aqui pelo motivo certo. É isso que segura a cultura", diz.

O executivo admite que já viu de perto os riscos da "síndrome da scale-up": empresas que crescem rápido demais e perdem o vínculo com a identidade original. Por isso, ele implementou práticas de escuta ativa, reuniões de alinhamento e uma estrutura de RH voltada não apenas para performance, mas para a experiência do colaborador.

Temos uma trilha clara de cultura e propósito. A cada novo ciclo de crescimento, revisitamos nossos valores e garantimos que o time está caminhando junto", afirma.

Outro ponto crítico é a pressão por resultado em um mercado competitivo como o de alimentação saudável e sustentável. "É possível ser uma empresa de impacto e, ao mesmo tempo, ser financeiramente viável. Mas isso exige fazer escolhas difíceis, como recusar alguns canais de venda ou manter o foco em produtos com valor agregado de verdade", pontua o co-CEO.

Para os próximos anos, o desafio da PositiveCo será expandir sem perder a essência. "Queremos crescer, sim. Mas queremos crescer do nosso jeito. Não abrimos mão disso", conclui Carvalho.

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