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Geração Z vira o jogo e coloca empresas na defensiva; entenda

Geração Z redefine o mercado de trabalho: empresas que não se adaptarem perderão talentos qualificados e competitividade.

CALVIN SENG/UNSPLASH

Jovem tira foto; especialista em mercado de trabalho detalha mudanças causadas pela GenZ

Publicado em 5/8/2025 - 5h00

Em meio à escassez de talentos qualificados no Brasil, uma nova geração impõe desafios inéditos a recrutadores e líderes. A Geração Z, formada por jovens nascidos a partir de 1995, não apenas elevou a régua das entrevistas como também redefiniu o significado de "trabalhar".

"A Gen Z não romantiza o trabalho. Ela é crítica, cobra alinhamento com propósito e busca um ambiente saudável. Para essa geração, a empresa é um meio, não o fim", afirma Maria Sartori, diretora de mercado da Robert Half, em entrevista ao Economia Real.

O movimento impacta diretamente empresas com gestão engessada, baseadas apenas em vínculos formais e modelos de carreira tradicionais. Segundo Maria, esse descompasso compromete a atração de talentos e pode gerar perda de competitividade ao longo do tempo.

Dados recentes da consultoria indicam que a taxa de desemprego entre profissionais qualificados no Brasil é de apenas 3%. Isso confere aos talentos, especialmente os mais jovens, um poder de barganha inédito. Eles pesquisam a reputação das empresas antes de aceitar propostas e valorizam fatores que vão além do salário.

Hoje, a Geração Z inicia o processo seletivo com expectativas altas. Quer saber se o modelo é híbrido, como funciona o pacote de benefícios, se há plano de desenvolvimento e clareza nos valores da empresa. Muitas organizações ainda não se prepararam para isso", reforça Maria.

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Maria Sartori, diretora de mercado da Robert Half

A executiva destaca que, mais do que atrair, líderes precisam formar jovens talentos com paciência, investimento e escuta ativa. "Se esses profissionais não forem desenvolvidos agora, o impacto será sentido no futuro: na capacidade de inovação, sucessão e adaptação ao mercado", reforça.

Na prática, isso exige repensar processos seletivos, atualizar a comunicação interna, modernizar benefícios e oferecer mais autonomia desde o início. "A Geração Z quer contribuir, opinar e crescer rápido. Ignorar esse comportamento significa perder os melhores para a concorrência, ou para o empreendedorismo", diz.

Para Maria, o recado é claro: empresas que não entenderem essa mudança perderão relevância. "Os jovens não são difíceis. Eles apenas não aceitam mais o que era comum no passado", finaliza.

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