ECONOMIA E PRODUTIVIDADE

Como empresa brasileira exporta tecnologia e economiza nosso dinheiro

CHRISTOPHER GOWER/UNSPLASH

Imagem de notebook sobre a mesa com tela de programação

Softplan Setor Público oferece soluções tecnológicas para judiciário no Brasil, Peru e Colômbia

Publicado em 25/4/2025 - 6h55

Em vez de montanhas de papéis e horas desperdiçadas com idas e vindas para a entrega de documentos, uma solução criada por uma empresa catarinense digitalizou esses processos e proporcionou uma economia superior a R$ 900 milhões ao governo brasileiro. De olho nesse ganho de produtividade, a Softplan Setor Público começou a exportar essa tecnologia para países como Colômbia e Peru e pretende ampliar sua atuação no território nacional.

"Acreditamos muito na integração das nossas soluções. Isso significa que, a partir do momento em que vendemos um projeto dessa envergadura para o Peru, abrimos espaço para falar de processos digitais automáticos e administrativos", explica Márcio Santana, diretor-executivo da Softplan Setor Público, ao Economia Real.

Um dos principais produtos da empresa é o programa SAJ Tribunais, que integra os sistemas do poder judiciário e digitaliza os processos em papel. Com essa modernização, os tribunais reduziram em até 90% o tempo entre a distribuição do processo e o primeiro ato do magistrado.

Apenas no ano passado, a Justiça brasileira economizou mais de R$ 260 milhões em impressões graças ao software, que começa a ser implementado no Peru graças a um contrato de R$ 130 milhões financiado pelo Banco Mundial.

"Esse projeto atende 18 mil usuários e 1,7 mil órgãos peruanos utilizarão a nossa plataforma", destaca o executivo, que desde 2023 lidera a vertical focada em entidades governamentais do Grupo Softplan, uma das principais empresas de transformação digital do Brasil.

Santana explica que a plataforma tecnológica será utilizada a partir do ano que vem nos processos não criminais em curso no território peruano, o que promete levar ao judiciário do país vizinho os mesmos ganhos de produtividade e gestão que os magistrados brasileiros obtiveram nos últimos anos.

Durante as negociações, as autoridades peruanas acompanharam de perto a atuação do sistema no Tribunal de Justiça de São Paulo, por meio de uma consulta pública.

Os primeiros passos para a exportação dessa tecnologia 100% brasileira ocorreram em 2019, quando o sistema foi utilizado na Colômbia pela Jurisdição Especial para a Paz (JEP), entidade criada para julgar crimes de violações de direitos humanos e do direito internacional humanitário entre o governo local e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC-EP).

Giuliane gava/Softplan setor público

Marcio Santana, diretor da Softplan

Márcio Santana, diretor-executivo da Softplan Setor Público

Olho no negócio

Além do trabalho no poder judiciário, a Softplan Setor Público atende cerca de 800 clientes, como prefeituras, secretarias e outras entidades públicas. Esse trabalho de digitalização impacta direta ou indiretamente 201 milhões de brasileiros, aproximadamente 91% da população.

Por enquanto, o carro-chefe da expansão internacional é o SAJ Tribunais, mas o executivo adianta à reportagem que as demais soluções também podem ganhar "traduções" mundo afora. "Começamos a olhar e mapear o mercado internacional, em especial a América Latina, como alavanca de crescimentos para alguns desses produtos", diz.

Apesar dos projetos para importação da tecnologia, Santana ainda vê o Brasil com um oceano de oportunidades para a companhia, que se posiciona como uma consultora de confiança (trusted advisor) para o setor público.

Hoje, nós temos segurança de que oferecemos o melhor produto de ministérios públicos (MP) aqui no Brasil e ainda temos espaço dentre os MPs estaduais brasileiros para seguir crescendo com a nossa solução, pela jornada do nosso produto e por tudo que a gente tá entregando de inovação para esse mercado", acredita.

Atualmente, a Softplan Setor Público conta com 645 clientes na vertical de Processos Digitais e Administrativos, 130 em Justiça e 37 de Infraestrutura e Obras. A soma ultrapassa o número total de clientes, pois alguns têm sistemas em dois segmentos.

Leia mais sobreMPME
comentáriosComente esta notícia

Últimas notícias

Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.

Economia Real