MUDANÇA DE MINDSET
ILUSTRAÇÃO/CHATGPT
Ilustração criada com inteligência artificial mostra pessoa feliz guardando dinheiro em cofrinho
Publicado em 5/8/2025 - 9h00
Você vê a sua conta bancária meio cheia ou meio vazia? Essa pergunta pode parecer simples, mas a resposta diz MUITO sobre como você lida com o dinheiro. Se você respondeu "meio cheia", parabéns! Mesmo que ainda tenha um caminho pela frente, esse olhar positivo já é um passo importante para organizar as finanças. O poder da positividade faz bem para o bolso, de verdade!
Um estudo publicado no Journal of Personality and Social Psychology revelou que pessoas otimistas conseguem economizar quase 17% a mais do que os pessimistas. A pesquisa foi conduzida por cientistas das universidades de Hampshire e de Colorado Boulder.
Um achado que contradiz o que a comunidade científica acreditava até recentemente: que ser muito otimista poderia levar a um comportamento financeiro inconsequente. O estudo, feito em 16 países e com diferentes faixas etárias, incluiu jovens, adultos e aposentados.
Para realizar a pesquisa, os cientistas fizeram perguntas como: "Eu estou sempre otimista em relação ao meu futuro?" ou "Em geral, eu espero mais coisas boas do que ruins na minha vida?". Os participantes também informaram seus rendimentos, economias e patrimônio.
Cruzando todos esses dados, os pesquisadores chegaram à conclusão de que ter uma visão mais otimista sobre o futuro gera atitudes construtivas e permite alcançar uma vida financeiramente melhor, independentemente da renda.
Ou seja: não importa quanto você ganha. O estudo mostrou que pessoas de renda mais baixa se mostraram ainda mais otimistas. Um resultado que derruba antigos mitos sobre finanças pessoais e comportamento de consumo.
Muita coisa. Uma pesquisa da Serasa, realizada em junho, mostrou que 40% dos brasileiros conseguiram manter o planejamento financeiro até a metade de 2025. E isso gera uma onda positiva: bater metas libera dopamina e endorfina, substâncias que aumentam a motivação e a sensação de bem-estar.
Mesmo quem não conseguiu seguir o planejamento à risca não desanimou. Quase metade dos entrevistados disse que, apesar dos tropeços, a situação financeira está melhor que antes. Os motivos? Renegociação de dívidas, volta ao mercado de trabalho, aumento de renda e, o principal: mais pessoas querendo se organizar financeiramente.
Ser positivo não é sair investindo em qualquer promessa de lucro fácil. Desconfie de propostas milagrosas com promessas de rentabilidade alta e risco zero. Foge! Você pode, sim, buscar rendimentos maiores (como em fundos multimercado ou ações), mas com conhecimento.
Pesquise o histórico do fundo, sua oscilação, as taxas envolvidas. Saiba onde está pisando. Ou melhor: em qual montanha-russa está subindo. Como diz a psicóloga econômica Vera Rita de Mello Ferreira: "O excesso de otimismo faz a gente acreditar que o risco sempre atinge os outros, nunca a gente".
Fazer um bom planejamento financeiro traz:
Anote tudo! Não precisa usar planilhas ou aplicativos de cara. Pode ser no caderno, mas seja constante. Anotações diárias ou semanais já ajudam muito. Dica: defina um horário fixo para fazer isso — ajuda a criar o hábito.
Passo 1: Identifique onde cortar e onde ganhar um extra;
Passo 2: Estabeleça metas reais: elas devem ser desafiadoras, mas possíveis;
Passo 3: Classifique suas metas
Curto prazo (até 1 ano): Exemplo: negociar dívidas. A Serasa tem 1,4 mil parceiros oferecendo descontos. Se sua dívida não está lá, tente no banco trocar o empréstimo atual por outro com juros mais baixos, como crédito consignado ou com garantia de imóvel. Vá negociar já com a simulação de quanto pode pagar.
Médio prazo (1 a 3 anos): Exemplo: guardar dinheiro para uma viagem ou entrada de um carro usado. Guardando R$ 200 por mês em Tesouro Selic, ao final de três anos você terá cerca de R$ 9.130. Dá para dar entrada em um carro usado. Pesquise bem as taxas de financiamento.
Longo prazo (10 anos ou mais): Exemplo: entrada da casa própria. Guardando R$ 200 por mês por 10 anos no Tesouro Selic, você acumularia cerca de R$ 53 mil. Para um imóvel de R$ 200 mil, a entrada costuma ser de 20% a 30% (entre R$ 40 mil e R$ 60 mil).
Outro objetivo importante: aposentadoria. Comece o quanto antes. Com R$ 50 mensais no Tesouro Renda+ (IPCA + 6,98% ao ano), uma pessoa de 30 anos pode receber cerca de R$ 3.000 por mês durante 20 anos ao se aposentar aos 70. Quanto antes você começar, menor será o esforço mensal.
Revise seu planejamento periodicamente para avaliar o progresso. E mantenha o otimismo: ser positivo não é viver no mundo da lua — é acreditar que dá para melhorar e fazer sua parte por isso. Comece pequeno, mas comece!
E celebre cada conquista financeira, por menor que pareça. Isso te dá gás para seguir em frente. Fecho com uma frase inspiradora da professora de psicologia econômica Vera Rita de Mello Ferreira, sobre guardar dinheiro para o futuro: "Eu não vejo como adiar a recompensa. Eu vejo como comprar independência. Quando poupo, me sinto mais preparado, mais no controle e mais tranquilo. Isso me dá prazer agora".
*As opiniões do colunista não refletem, necessariamente, o posicionamento do Economia Real.
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