SUPER QUARTA

Selic em 15%: Onde investir seu dinheiro com a nova alta nos juros?

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Oscilação de investimentos na Bolsa

Oscilação de investimentos na Bolsa; especialista recomenda aporte em renda fixa com nova Selic

Publicado em 18/6/2025 - 18h35

O Comitê de Política Monetária (Copom) trouxe para esta "Super Quarta" (18) uma nova alta na Selic, que agora passa a 15% ao ano — o maior patamar desde julho de 2006. Neste cenário, os investimentos de renda fixa continuam com o posto de protagonistas no mercado financeiro brasileiro, mas a decisão acende um alerta na renda variável e no crédito privado.

"Enquanto a Selic estiver elevada, os investimentos atrelados à Selic ou ao CDI seguem sendo os mais indicados, principalmente para os investidores com perfil de baixo risco. Eles já estão entregando bons retornos e devem continuar performando bem", acredita Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos, assessoria ligada à XP Investimentos, em entrevista ao Economia Real.

O impacto imediato da alta de 0,25 ponto percentual na Selic é a valorização dos investimentos de renda fixa atrelados à taxa básica de juros. Títulos pós-fixados, como Tesouro Selic e CDBs com rentabilidade superior a 100% do CDI, tornam-se ainda mais atraentes, combinando baixo risco com alta liquidez.

Essas aplicações são recomendadas para perfis conservadores e também para quem busca proteger a reserva de emergência com uma rentabilidade acima da inflação.

Os títulos prefixados começam a ganhar espaço, mas com cautela. Papéis prefixados com taxas acima de 13% ao ano podem representar uma oportunidade para quem deseja travar bons rendimentos, desde que o investidor entenda que o ciclo de alta dos juros pode estar perto do fim.

"Os investimentos atrelados à Selic ou ao CDI, os chamados pós-fixados, continuam sendo os grandes beneficiados nesse ambiente de juros elevados. Isso inclui CDBs de liquidez diária, fundos, LCIs e LCAs pós-fixadas, além do Tesouro Selic. Esses ativos mantêm sua atratividade mesmo com oscilações no curto prazo, oferecendo boa rentabilidade com segurança", reforça Cunha.

diVULGAÇÃO/iHUB INVESTIMENTOS

Paulo Cunha

Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos

Impactos da alta da Selic no consumo e na bolsa

Com a Selic em 15%, o crédito para pessoas físicas e empresas fica ainda mais caro, o que tende a esfriar o consumo interno. Isso impacta especialmente setores cíclicos da bolsa, como varejo, construção civil e bens de consumo duráveis.

Por outro lado, produtos isentos de Imposto de Renda, como LCI, LCA e debêntures incentivadas, passam a ter um retorno líquido (por enquanto) ainda mais competitivo em relação à renda fixa tradicional, graças ao novo aumento da taxa de juros.

O mercado de câmbio também entra no radar dos investidores. Fundos cambiais e BDRs podem ser alternativas de proteção, principalmente se a decisão do Copom vier acompanhada de tensões fiscais ou políticas. A combinação de juros elevados com risco fiscal pode provocar instabilidade no dólar.

Com a Selic a 15%, o investidor brasileiro volta a viver um cenário raro de retorno elevado com baixo risco. No entanto, a recomendação dos especialistas segue a mesma: cautela e diversificação.

"Mais do que nunca, é fundamental entender o perfil de risco, o horizonte de investimento e o impacto macroeconômico da decisão. Evitar decisões impulsivas é essencial para proteger o patrimônio em um ambiente de alta volatilidade", conclui Cunha.

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