INVESTIMENTO DA SEGUNDA

Previdência privada ainda vale a pena? Veja quando investir faz sentido

ILUSTRAÇÃO/CANVA IA

Ilustração criada por inteligência artificial mostra pessoa analisando investimentos financeiros

Ilustração criada por inteligência artificial mostra pessoa analisando investimentos financeiros

Publicado em 11/8/2025 - 10h42

Quando o assunto é planejamento financeiro de longo prazo, a previdência privada costuma aparecer como alternativa para complementar a renda da aposentadoria, mas seu uso vai muito além disso. Especialistas destacam que ela pode servir para atingir diferentes objetivos, como custear um curso no exterior, financiar um imóvel, pagar os estudos para os filhos ou até proteger o patrimônio no processo de sucessão.

"Ela é muito indicada para quem busca complementaridade, uma vez que o valor garantido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pode não ser suficiente para manter o padrão de vida após a aposentadoria", afirma Victor Bernardes, diretor de Vida e Previdência da SulAmérica.

"Mas este produto pode ser usado para muito mais do que somente a aposentadoria, já que toda meta de médio a longo prazo pode ser atingida também por meio da previdência privada para virar realidade", complementa.

Para Estevão Scripilliti, diretor da Bradesco Vida e Previdência, não há idade certa para começar: "Quanto mais cedo se inicia esse movimento, melhor, pois maior é o prazo de contribuição, o que resulta em maior conforto para se alcançar o objetivo desejado, seja pela possibilidade de efetuar aportes de menor valor, seja pelo efeito cumulativo dos juros compostos".

PGBL ou VGBL: Qual escolher?

A principal diferença está na forma como o Imposto de Renda é cobrado. "O PGBL é indicado para quem faz a declaração de IRPF no modelo completo. Já o VGBL, para o modelo simplificado.", explica Bernardes.

Scripilliti acrescenta que a escolha também depende da contribuição ao INSS ou a regimes próprios: "O PGBL permite a dedução dos aportes feitos ao plano em até 12% da renda bruta tributável anual. Já o VGBL é mais adequado para quem utiliza o modelo simplificado da declaração ou é isento de IR na fonte".

diVULGAÇÃO/SULAMÉRICA E BRADESCO

Entrevistados da matéria

Victor Bernardes (SulAmérica) e Estevão Scripilliti (Bradesco)

Custos e erros comuns

Os planos podem ter taxa de administração, taxa de carregamento (menos comum hoje) e, em alguns casos, taxa de performance.

É fundamental buscar informações sobre gestores que tenham solidez, reconhecida expertise e apresentem os melhores desempenhos em função do prazo de investimento desejado", diz Scripilliti.

Escolher o regime tributário errado e não revisar o plano periodicamente estão entre os deslizes mais frequentes. "Muitos contratam fundos muito conservadores quando têm um horizonte de tempo longo, perdendo o potencial de crescimento, ou, o inverso, assumem riscos excessivos perto da aposentadoria, colocando em risco o capital acumulado", alerta Bernardes.

Comparação com outros investimentos

Mesmo com alternativas como Tesouro IPCA e fundos de longo prazo, a previdência privada se mantém competitiva, de acordo com os especialistas.

"A grande diferença e valor agregado da previdência residem em seus benefícios tributários exclusivos e no seu tratamento sucessório diferenciado. Os recursos da previdência não entram em inventário, o que significa acesso mais rápido e com menos burocracia", explica Bernardes.

Scripilliti reforça as vantagens: "Destacam-se a isenção da cobrança intermediária de IR, a portabilidade entre fundos sem incidência de imposto e a possibilidade de escolher o regime tributário com alíquota que pode chegar a apenas 10% em planos superiores a dez anos".

O que perguntar antes de contratar

Antes de fechar o contrato, é essencial esclarecer pontos como regime tributário, composição dos fundos, taxas, flexibilidade para aportes e condições de resgate. "É necessário fazer um planejamento financeiro para entender qual seria o melhor plano para cada situação", orienta Bernardes.

"Quando bem estruturada, a previdência privada se torna uma aliada poderosa no planejamento de vida, combinando segurança, disciplina financeira e benefícios que se estendem para além da aposentadoria", conclui Scripilliti.


Este conteúdo faz parte do quadro Investimento da Segunda, em que o Economia Real traduz o universo dos investimentos financeiros para pessoas físicas de forma acessível e prática. Antes de investir, consulte um profissional autorizado e avalie se a estratégia está alinhada ao seu perfil e aos seus objetivos.

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