DESAFIOS DE GESTÃO

Depois da Z, vem a Alpha: O 'Mad Max corporativo' que pode aparecer em breve

ILUSTRAÇÃO/CHATGPT

Ilustração criada por inteligência artificial de três crianças trabalhando em escritório

Ilustração criada por inteligência artificial de três crianças trabalhando em escritório

Publicado em 23/6/2025 - 9h30

Se você acha que liderar a Geração Z já é um desafio, prepare-se: o futuro do mercado de trabalho pode se transformar em um verdadeiro "Mad Max corporativo". O alerta é de Dado Schneider, doutor em Comunicação, palestrante e um dos especialistas mais ouvidos quando o assunto é choque de gerações.

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"Se a gente não começar a se entender agora, daqui a cinco anos vai ser Mad Max nas empresas. Se não for em cinco, vai ser em sete ou oito. Mas vai acontecer", afirma Schneider em entrevista ao Hub do 30-.

O especialista chama atenção para a criação da Geração Alpha — formada por crianças nascidas a partir de 2010. Segundo ele, essa geração foi mais adulada, elogiada e "poupada" do que qualquer outra.

"Os pais só bateram palma. Não teve chão de orelha, não teve limite. Enquanto a geração Z ainda ouviu alguns 'nãos' na infância, a Alpha fez o que quis. Hoje, as crianças estão batendo nos pais, nos professores… E daqui a pouco, vão bater nos chefes também", dispara.

Ele ainda compara: "Se a geração Z chama o chefe de tóxico, a Alpha vai jogar o computador na parede ou quebrar um andar inteiro da empresa".

Durante o bate-papo com a coluna, Schneider relembra uma situação que vivenciou na própria pele quando atuou como consultor em uma empresa de telecomunicações: "Passei pelo cara no corredor, dei bom dia, sentei na minha mesa e recebi um e-mail dele com uma pergunta que ele podia ter feito pessoalmente. Levantei e chamei atenção na hora".

O recado é claro: sem contato humano, a distância emocional cresce. E isso só vai piorar com a chegada da Alpha ao mercado.

diVULGAÇÃO

Dado

Dado Schneider, doutor em Comunicação

Contato humano: o antídoto para o caos

Para o palestrante, o grande problema é a falta de convivência real dentro das empresas. "Tá faltando festa da firma! Tá faltando DR de equipe! Tá faltando gente se olhando no corredor. Hoje, os colaboradores preferem mandar e-mail para o colega que está sentado na mesa ao lado", conta.

Dado reconhece que o esforço de adaptação será principalmente das gerações mais velhas. Ele sugere que líderes comecem a entender o universo dos jovens: o que consomem, o que assistem, o que escutam.

"Antes, os velhos não estavam nem aí pra gente. Agora somos nós que vamos ter que correr atrás. Temos que descobrir como falar a língua deles. Porque se cada um ficar no seu canto, o mercado de trabalho vai colapsar", comenta.

O mantra que o especialista repete nas palestras deixa o recado final: "A gente vai ter que se entender. Ou vai ser Mad Max".


*As opiniões do colunista não refletem, necessariamente, o posicionamento do Economia Real.

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