VICTHOR JORDÃO
DIVULGAÇÃO
Victhor Jordão em ensaio fotográfico; especialista em investimentos criou edtech para jovens
Publicado em 1/9/2025 - 13h00
Victhor Jordão precisou de um telefone na mão, uma boa agenda de contatos e muito "papo reto" no TikTok para ajudar dezenas de jovens a entrarem no mercado financeiro. Com mais de 300 mil curtidas na rede social de vídeos curtos, o paulista de 27 anos transformou esses conteúdos na Yarden, uma aceleradora de carreiras que conecta jovens em vulnerabilidade social a mentores profissionais, oferece curadoria de conteúdos e prepara candidatos para processos seletivos no setor.
"Meu papel é ser um facilitador. Não é só técnica: é planejamento, sangue no olho e preparação para lidar com um ambiente ainda elitizado", afirma Jordão em entrevista ao Hub do 30-.
Nascido em São Paulo e criado em Volta Redonda (RJ), o empreendedor começou cedo a trabalhar para ajudar em casa: foi garçom, vendedor de carros, atendente de caixa e até ajudante em festas de casamento. A virada veio quando decidiu estudar Administração e entrou no mercado financeiro como assessor de investimentos.
Aos 21 anos, já liderava equipes, captava milhões e treinava times comerciais. Mas uma questão não saía da cabeça: se não tivesse estudado em uma faculdade reconhecida, teria chegado ali? "Percebi que muita gente talentosa ficava de fora por não ter a chancela de uma grande instituição. Eu poderia ter sido um desses. Foi isso que me fez querer abrir caminho para outros", diz.
Assim, ele começou a publicar vídeos no TikTok em junho de 2024 com dicas para quem deseja trabalhar no mercado financeiro. Rapidamente, o conteúdo viralizou e gerou dezenas de mensagens de interessados em mais informações sobre o tema.
Por isso, Jordão criou um grupo no Telegram, que reúne mais de 300 jovens em encontros semanais. Em pouco tempo, a comunidade se transformou em uma mentoria social: aulas ao vivo sobre mercado financeiro, dicas de currículo e simulações de entrevistas. Além disso, alguns desses jovens se tornam bolsistas em cursos de capacitação para entrarem no mercado financeiro, graças ao networking do fundador.
Dessa rede já saíram mais de 20 aprovados em instituições como Itaú, Santander, BTG Pactual, XP e escritórios de private banking. "O que eu ensino é que faculdade de ponta ajuda, mas não é determinante. O que falta é curadoria, direcionamento e alguém para mostrar o caminho", resume.
Foi a partir dessa comunidade que nasceu a Yarden, estruturada em dois pilares: o social, com mentoria gratuita para estudantes da rede pública, e o modelo edtech, com cursos pagos acessíveis que sustentam a operação.
"Não quero que vire ONG. Eu quero que seja sustentável, para cada aluno pagante a gente conseguir financiar bolsas. Assim o impacto se multiplica", explica o fundador. O sonho grande já está no papel: impactar 100 mil jovens até 2034.
Quero que o jovem entenda que o mercado financeiro não é um clube exclusivo. Se ele tem resiliência, fome e preparação, vai entrar e vai crescer", afirma Jordão.
Para o fundador, a Geração Z carrega o que ele chama de "sangue no olho", mas precisa ser lapidada para lidar com as barreiras de um setor ainda elitizado. "O mercado financeiro valoriza muito a técnica, mas o que faz diferença é a vontade de vencer. O meu trabalho é pegar esse diamante bruto e direcionar. No fim, quem tem fome de conquistar vai mais longe do que quem já nasceu pronto", conclui.
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