Novos sugar daddies têm menos de 40 anos e ficaram ricos na Faria Lima

Engana-se quem imagina que um sugar daddy no Brasil é sempre um homem acima dos 60 anos, com alto poder aquisitivo, em busca de uma mulher mais jovem em troca de sexo e status social. Um levantamento exclusivo obtido pelo Economia Real mostra que o perfil do relacionamento sugar mudou: mais da metade dos homens que buscam esse tipo de arranjo ganham mais de R$ 20 mil por mês e atuam em áreas como startups, tecnologia ou mercado financeiro.

"Como quase tudo no Brasil, o relacionamento sugar começou como um meme, com a ideia de que era coisa de homem 60+. Mas a realidade é outra. No início da plataforma, em 2015, a faixa etária predominante era de 45 a 50 anos. Hoje, os principais usuários têm em torno de 35 anos e são tech millionaires, profissionais vindos do setor de tecnologia, startups, influência digital e finanças", detalha Caio Bittencourt, especialista em relacionamentos do MeuPatrocinio.com, uma das principais plataformas de namoro sugar no país.

O relacionamento sugar é caracterizado por um acordo entre duas pessoas, onde uma delas, geralmente mais velha e financeiramente estável, oferece apoio financeiro, presentes e benefícios em troca de companhia, atenção e, em alguns casos, intimidade.

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Diferentemente da prostituição, esse tipo de relação não se baseia exclusivamente em sexo e é estruturado com base em interesses mútuos e transparência.

Segundo os dados obtidos pela reportagem, 63% dos sugar daddies brasileiros acompanham o mercado financeiro e realizam investimentos em ações, criptomoedas ou startups. Além disso, 83% estão ativos em redes sociais como Instagram, LinkedIn e X (antigo Twitter), o que indica um perfil digitalmente conectado e alinhado com tendências de comportamento e negócios.

"As pessoas estão mais sozinhas e buscam relacionamentos alinhados aos seus objetivos. Hoje, ninguém quer uma relação por obrigação. As conexões são mais rápidas e voláteis", afirma Bittencourt. "Um homem de 35 anos divorciado já viveu uma trajetória intensa: casou cedo, focou na carreira, construiu patrimônio, e agora volta ao jogo do amor, mas com novas exigências", complementa.

De acordo com o especialista, os homens que buscam um namoro sugar dedicaram tanto tempo ao trabalho que negligenciaram o desenvolvimento de habilidades sociais. "Esses homens sabem construir negócios, mas não sabem como iniciar uma conversa com uma mulher ou manter um relacionamento saudável. São tímidos, retraídos e, muitas vezes, emocionalmente indisponíveis".

"É um espaço onde o homem que não tem o chamado 'desenrolo' pode encontrar alguém com quem dividir sua vida de forma mais fluida. Ele talvez tenha falhado em relacionamentos anteriores por falta de tempo, mas agora quer algo que se encaixe na sua realidade atual", conclui Bittencourt.