Cansado de Guaraná e Coca, Felipe Titto vira cobaia do próprio refrigerante

Cada vez mais imerso no universo do empreendedorismo, o ator Felipe Titto decidiu entrar de cabeça no mercado de bebidas com o lançamento do Original Ginger, um refrigerante de gengibre — sim, você leu certo. O sabor exótico é febre no exterior e, após um investimento de R$ 13 milhões e mais de dez versões de teste, o galã e sua equipe chegaram à versão brasileira do produto, que já conquistou nomes como Gkay e Ítalo Ferreira.

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"O Titto sempre gostou de refrigerante de gengibre, mas reclamava que aqui no Brasil só tinha Guaraná ou Coca-Cola. Lá fora ele encontrava mil opções. Aqui, não. Então ele disse que queria lançar um produto dele", explica Stefano Bittar, sócio da Original Ginger e responsável pela formulação e produção da bebida, em entrevista ao Economia Real.

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Curiosamente, Bittar cresceu cercado por refrigerantes e se formou em Química para dar continuidade ao negócio da família. Ele é neto de Pedro Pablo Bonilla, ex-presidente da Pepsi Cola Brasil e fundador da Saborama, detentora da Grapette, refrigerante de uva que marcou época com o bordão "quem bebe Grapette, repete".

Com o desafio lançado pelo jurado do Shark Tank Brasil, Bittar encarou a missão de tropicalizar o gengibre para o paladar nacional. "Nosso refrigerante não é igual ao ginger ale de fora. Trabalhamos para tirar a picância do gengibre, mas manter o aroma e o sabor marcante. Ele entra com impacto, mas não rouba a cena. Some rápido e permite harmonizar com alimentos, drinks e outros ingredientes", detalha.

Foram 13 versões até chegar ao resultado final, aprovado por Titto. O diferencial, segundo Bittar, está na suavidade e na capacidade de agradar até quem normalmente não gosta de gengibre.

A Gkay, por exemplo, não gostava de gengibre e entrou no time de sócios após provar. A aceitação tem sido surpreendente", entrega.

Aceitação rápida e planos de expansão

Após o lançamento em pontos selecionados, o Original Ginger firmou parceria com a rede de supermercados Mambo em junho e passou a ser vendido em unidades da capital e da região metropolitana de São Paulo. "Em apenas um final de semana vendemos mais de 50% do lote inicial", revela.

Segundo o executivo, o sucesso se deve à "abrasileirada" do sabor: "É quase como um Guaraná com toque de gengibre. Muita gente toma sem saber que gosta de gengibre até experimentar".

A embalagem em lata de 200 ml facilita o consumo, evita desperdícios e é parte da estratégia para ampliar as ocasiões de consumo. Além das versões tradicional e zero (com apenas 7 calorias), a marca já estuda lançar chás, espumas para drinks e opções defumadas ou picantes.

Por usar extrato natural de gengibre, a bebida é tecnicamente um refrigerante, mas carrega um apelo funcional crescente no mercado. "É termogênica, ajuda no bem-estar e até no enjoo. Mulheres grávidas, por exemplo, têm relatado que ele alivia as náuseas. Já ouvi de clientes que preferem tomar três gingers a um energético comum", destaca Bittar.

O posicionamento no setor de bebidas funcionais e saudáveis é estratégico. O objetivo da marca é consolidar sua atuação no varejo e, até o final de 2025, expandir sua presença para estados como Rio de Janeiro, Espírito Santo e Santa Catarina. "A gente quer estar em todos os pontos de venda possíveis. A demanda vem do público, e mostramos isso para os supermercados: tem gente pedindo o Original Ginger no Brasil inteiro", conclui.