Selic em alta transforma consórcio em arma contra endividamento

Com a Taxa Selic em 14,75% ao ano, contratar um financiamento imobiliário ou qualquer crédito de longo prazo ficou ainda mais caro. Nesse cenário, os consórcios surgem como uma alternativa atrativa para enfrentar a alta dos juros e preservar o planejamento financeiro.

"Quando o participante é contemplado, ele pode usar o valor do crédito para quitar o saldo devedor de um financiamento em andamento. Essa estratégia gera economia significativa, reduz encargos e o custo total da operação", afirma William Lima, gerente de operações da Cresol Seguros, em entrevista ao Economia Real.

Por serem isentos de juros, os consórcios ganham ainda mais força em períodos de Selic elevada. "Esse cenário favorece a adesão, amplia o número de participantes e aumenta as chances de contemplação por lance. Por se tratar de uma compra programada, o consórcio oferece segurança e previsibilidade aos clientes", reforça o especialista.

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"Além de gerar economia, o consórcio atua como reserva de valor e ferramenta de diversificação patrimonial, especialmente nos setores de imóveis e veículos", complementa.

O economista Alexandre Gaino recomenda cautela para quem deseja contratar um financiamento e aconselha aguardar um momento mais estável, com taxas de juros menores.

Quem está no início de um contrato de financiamento tende a ser mais prejudicado, pois ainda tem muitas parcelas a pagar. Já quem está perto do fim pode sentir menos impacto, principalmente se as prestações forem fixas", explica o professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

Para reduzir o impacto da alta dos juros, ele também sugere avaliar possibilidades como a portabilidade de crédito.

"Se possível, transfira o financiamento para um banco com melhores condições. E, caso exista uma folga no orçamento, antecipar parcelas ajuda a reduzir significativamente o valor total dos juros", finaliza.