NORMAN WOODLAND

Como um cientista da bomba atômica agiliza até hoje a fila do supermercado

JOHN CAMERON/UNSPLASH

Publicado em 23/8/2025 - 6h00

Se as filas de supermercados já causam estresse em 2025, imagine o caos nos anos 1950 e 1960, quando cada compra precisava ser somada manualmente no caixa. Essa pressão fez empresas buscarem soluções inovadoras, e uma delas veio de onde ninguém esperava: de um cientista que ajudou a criar a bomba atômica.

Norman Woodland (1921-2012) trabalhou no Projeto Manhattan, a iniciativa americana que produziu as primeiras bombas nucleares na Segunda Guerra Mundial. Após a guerra, ele foi contratado pela IBM e passou a estudar o código Morse, sistema de comunicação baseado em pontos e traços.

Segundo o autor Adam Richman, no programa Gigantes dos Alimentos, do History Channel, a inspiração surgiu de forma inusitada: "Um dia, sentado na praia, ele começou a desenhar pontos e traços na areia. Então pensou: 'E se criássemos um alfabeto visual de pontos e linhas para que máquinas pudessem ler produtos?' Era como um código Morse para máquinas".

A ideia atendeu a um chamado das indústrias de alimentos e dos varejistas americanos, que pediam uma solução para agilizar o atendimento nos caixas. Assim, nasceu o UPC (Universal Product Code), ou código universal de produtos — o famoso código de barras.

No entanto, havia um desafio: as máquinas de leitura da época eram grandes demais para caber nos supermercados. A virada veio em 1972, quando a IBM desenvolveu o scanner 3660, com laser e espelhos giratórios que permitiam a leitura em qualquer ângulo.

Naquele mesmo ano, o primeiro caixa com scanner a laser foi instalado em um supermercado em Cincinnati, Ohio. A partir daí, o código de barras mudou para sempre a forma de consumir, reduziu as filas e transformou a experiência de compra no varejo.

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