VERDADE OU INVENÇÃO?

Austríaco esconde tesouro bilionário em lugar inusitado do Brasil

REPRODUÇÃO/RECORD

Homem de camisa e boné na praia

Werner Rydl na praia; homem afirma ter mais de R$ 183 bilhões em barras de ouro escondidas no mar

Publicado em 21/7/2025 - 10h46

O austríaco Werner Rydl, de 68 anos, vive há mais de 30 anos no Brasil e declarou à Receita Federal um patrimônio superior a R$ 183 bilhões, todo em barras de ouro. Ele afirma ser dono de uma das maiores fortunas do mundo e esse patrimônio estaria escondido no mar, em uma região da costa brasileira que só ele sabe onde é.

"Mas esse ouro ninguém compra... Fica proibido. Eu sou tratado como inimigo quando a polícia diz: 'não, este ouro é todo ilegal'. Eu já sei o caminho sem bússola, não preciso mais de GPS", declarou Rydl em entrevista ao Domingo Espetacular, da Record, exibido no último domingo (20).

O estrangeiro conta que sua fortuna teve origem na Áustria, onde teria sido proprietário de 186 empresas ao longo de duas décadas. Depois, mudou-se para o Brasil, construiu uma mansão no litoral de Pernambuco, obteve cidadania brasileira e passou a movimentar grandes quantias de dinheiro.

Com o tempo, acumulou acusações e chegou a ser preso. Ele trabalhava com importação e exportação de produtos para a Áustria e foi acusado de sonegação fiscal pela Justiça austríaca. Em protesto contra a suposta perseguição aos seus familiares no país europeu, ateou fogo em uma pilha de dinheiro avaliada em US$ 14 milhões, cerca de R$ 81 milhões.

Rydl foi preso no Brasil em 2005 e, ao ser deportado, ficou detido por três meses em Viena. Como já havia cumprido a maior parte da pena em Brasília, foi liberado. De volta ao Brasil, deu sequência aos seus negócios de importação e exportação mas, em vez de usar real ou dólar nas transações, preferiu usar ouro como "moeda corrente".

Segundo a reportagem, o austríaco afirma possuir uma "montanha de ouro" avaliada em R$ 183 bilhões, escondida no mar. De acordo com o estrangeiro, o tesouro estaria a 120 quilômetros da costa e a 40 metros de profundidade, em um local conhecido apenas por ele. O suposto bilionário diz que o ouro foi submerso com a ajuda de máquinas em uma região que ele batizou de "micropaís Seagarlândia", administrado por ele.

Também é uma autoridade, uma nação, tem uma constituição. Seagarlândia é um paraíso fiscal de verdade", afirma Rydl.

Ele diz ter criado sua própria moeda, chamada eternity, que equivaleria a uma grama de ouro — aproximadamente R$ 600 na cotação atual. A soma de todos os eternities resultaria no valor bilionário que ele declara ao Fisco.

"Paraíso fiscal" no Brasil?

Contudo, especialistas alertam que a criação unilateral de um país não tem validade jurídica. Em nota enviada à Record, a Marinha do Brasil afirmou que apenas o governo brasileiro detém soberania para explorar, conservar e administrar os recursos naturais até 392 quilômetros da costa. Como a  Seagarlândia estaria a apenas 120 quilômetros da costa, o território estaria dentro da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) brasileira.

Segundo o advogado tributarista Rogério Fedele, qualquer contribuinte pode declarar o valor que quiser no Imposto de Renda, desde que comprove a origem dos bens: "O grande desafio é comprovar, de forma documental, que esse bem existe. Caso contrário, pode estar incorrendo em fraude, simulação ou até mesmo em crimes que vão além da esfera tributária".

Apesar de declarar um patrimônio bilionário à Receita, Rydl nunca caiu na malha fina e não paga impostos sobre o valor. "O ouro, por si só, não é tributado, mas é tributável a renda que permitiu sua aquisição. Quando se fala em cifras tão elevadas, o ponto central é: esse ouro realmente existe? E, se existir, de onde veio o dinheiro para comprá-lo?", questiona Fedele.

Atualmente, Werner Rydl responde a pelo menos dois inquéritos da Polícia Federal e a 15 processos na Justiça brasileira. Apesar das movimentações milionárias, o estrangeiro não possui nenhum bem em seu nome. Ele justifica que qualquer patrimônio seria apreendido, mas não esclarece os motivos.

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