TIKTOK SHOP

Será que Mercado Livre, Amazon, Shopee e Magalu vão entrar na dança?

SWELLO/UNSPLASH

Print do TikTok Shop

Print do TikTok Shop; colunista detalha como PMEs podem aproveitar nova plataforma digital

MATHEUS CEBALLOS, MsC

redacao@economiareal.com.br

Publicado em 7/5/2025 - 6h00

A internet brasileira ainda tenta entender o que é a TikTok Shop, mas nos bastidores, o jogo já começou. A loja integrada à plataforma de vídeos curtos estreia oficialmente no Brasil com a promessa de movimentar até R$ 3 bilhões só em 2025, segundo projeções da empresa. E não para por aí: até 2028, a estimativa é que a operação local represente até 9% de todo o e-commerce nacional, de acordo com o Santander. O recado é claro: quem achou que o TikTok era só dança, meme e vídeo curto... não entendeu o plano.

Em mercados como Estados Unidos, Reino Unido, Indonésia e México, o TikTok Shop já mostrou sua força. Nos EUA, ultrapassou US$ 1,6 bilhão em vendas por meio de lives que unem entretenimento e consumo em tempo real.

No Brasil, o TikTok ainda não tem a maior base de usuários. Segundo a We Are Social, o Instagram lidera com 91,2% de penetração entre brasileiros de 16 a 64 anos, contra 65,1% do TikTok.

Mas há um dado que muda o jogo: os brasileiros passam mais tempo no TikTok (30 horas/mês) do que no Instagram (22 horas/mês). E mais: as novas gerações já usam o TikTok como principal ferramenta de busca, muitas vezes, substituindo o próprio Google.

Por quê? Porque o TikTok não funciona como uma rede social tradicional. Seu algoritmo não entrega o que os amigos postam, mas o que prende atenção. É entretenimento puro — e é exatamente isso que o torna tão poderoso para vendas online.

Não se trata apenas de criar um anúncio. É criar uma cena, uma conversa, um desejo, com o botão "comprar agora" ao lado.

Quem pode entrar no jogo?

Nem todo mundo pode começar a vender no TikTok Shop de imediato. Há pré-requisitos básicos:

  • Conta comercial verificada no TikTok
  • Cadastro completo na Central de Negócios, com CNPJ e documentação fiscal
  • Pelo menos um produto aprovado pelas diretrizes da plataforma
  • Acesso ao Business Center para gerenciar vendas, produtos e afiliados

A boa notícia? Quem já vende online encontra um processo simples. Quem ainda não vende pode começar do zero, desde que leve a sério a disputa por atenção.

E sejamos diretos: se você tem um serviço ou produto e ainda não explora lojas virtuais em redes sociais como o TikTok, está deixando dinheiro na mesa.

Uma chance real para PMEs no digital

O diferencial do TikTok Shop está na proximidade entre atenção e conversão. Você não precisa pagar para aparecer no topo de uma busca. Precisa contar uma boa história, apresentar um produto útil e garantir uma entrega de qualidade.

Algumas ações práticas para aproveitar esse novo canal de vendas:

  • Ative a aba “Loja” no perfil e destaque seus produtos
  • Invista em reviews espontâneas e lives, que aumentam confiança e aceleram decisões
  • Faça parcerias com microinfluenciadores para gerar engajamento e reduzir o CAC
  • Ofereça uma experiência de entrega eficiente (o TikTok ajuda com o frete no início, mas a reputação é sua)

A disputa vai esquentar

A chegada do TikTok Shop no Brasil pressiona gigantes como Mercado Livre, Amazon, Shopee e Magalu. Mas o TikTok tem uma vantagem: nasceu mídia e virou loja. Seus concorrentes fizeram o caminho inverso.

Nesse aspecto, a plataforma se aproxima da jornada do Instagram Shopping e do WhatsApp, mas com um algoritmo mais agressivo: centrado em entretenimento, não em relacionamento.

E o mais interessante? A plataforma isenta os vendedores de comissão nos primeiros 90 dias, oferece frete grátis em diversas categorias e investe pesado em campanhas para atrair vendedores e consumidores.

Não se trata apenas de vender. É vender no lugar certo, na hora certa. Quem assistiu de longe ao crescimento do Mercado Livre ou da Shopee agora tem a chance de entrar no palco enquanto ele ainda está sendo montado.

O TikTok Shop não funcionará para quem só copia o que faz em outros canais. Vai funcionar para quem entende que atenção é moeda e narrativa virou funil de vendas.

A loja está no feed. O checkout está no scroll. E o consumidor está a um vídeo de decidir o que comprar. Você vai assistir... ou vai vender?


*As opiniões do colunista não refletem, necessariamente, o posicionamento do Economia Real.

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