HORA DA PARCERIA

Dois CNPJs com propósito podem virar collabs que valem milhões

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Embalagem da collab entre a marca Montblanc e o anime Naruto

Embalagem da collab entre a marca Montblanc e o anime Naruto; parceria impulsiona empresas

Publicado em 25/6/2025 - 10h00

"Quer ir rápido, vá sozinho. Quer ir longe, vá acompanhado". Se essa frase já faz sentido entre pessoas, imagine entre marcas. Em um mercado saturado, onde produtos e serviços se tornam similares em questão de meses, as collabs surgem como uma poderosa estratégia de diferenciação, expansão e encantamento. Mais do que um modismo, elas se consolidaram como uma ferramenta de crescimento — e, muitas vezes, de reposicionamento de marca.

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O mais interessante? Muitas dessas colaborações entre marcas acontecem entre negócios que, à primeira vista, não têm nada em comum. Mas é justamente essa fricção criativa que gera valor. O improvável surpreende. O inusitado chama atenção. E, quando bem executado, o resultado é algo que nenhuma das marcas conseguiria sozinha.

As collabs são pontes entre públicos, segmentos, culturas e gerações.
Elas combinam o poder de marca de um lado com a originalidade ou o desejo do outro, criando produtos ou experiências voltados a personas muito bem definidas — muitas vezes nichadas, mas altamente engajadas. Podem acontecer entre empresas, entre marcas e artistas, ou até entre marcas e comunidades inteiras.

Por que fazer collabs? Os motivos são diversos — e todos estratégicos:

  • Reforçar o branding com novas narrativas
  • Ampliar o market share em públicos não tradicionais
  • Compartilhar tecnologia ou canais de distribuição
  • Oferecer exclusividade com escassez planejada
  • Elevar o ticket médio e a percepção de valor
  • Gerar buzz com campanhas que viralizam
  • Collab bem-feita não é só produto: é storytelling com propósito.

Quer alguns exemplos marcantes de colaborações entre marcas? Separei a seguir cinco casos para analisarmos:

Louis Vuitton + Stephen Sprouse: Uma das primeiras collabs que moldaram o conceito moderno. A grife francesa trocou o clássico pelo grafite nova-iorquino de Sprouse. O resultado? Peças icônicas que quebraram padrões e colocaram a arte urbana no epicentro do luxo.

Nike + Dior: Um verdadeiro choque de mundos: o streetwear encontra a alta costura. O Air Jordan Dior esgotou em minutos, gerou listas de espera e alcançou valores altíssimos na revenda. Um caso de desejo global.

Apple + Mastercard: Uma parceria que transformou o comportamento do consumidor. O lançamento do Apple Pay, em 2014, iniciou a popularização dos pagamentos por aproximação. Um marco na experiência do consumidor.

Samsung + Hugo Boss: Nem toda collab é um sucesso estrondoso — e tudo bem. A parceria gerou produtos como o F480 e o Galaxy Ace, mas sem grande impacto cultural. Um lembrete de que colaborações exigem timing, contexto e clareza de proposta.

Montblanc + Naruto: Uma aposta ousada: a tradicional marca de luxo se uniu a uma das franquias de anime mais queridas da geração Z. O resultado foi uma coleção que respeitou a identidade da Montblanc e inovou visualmente, atingindo um novo público com alto engajamento.

Collabs não são exclusividade de gigantes

Negócios locais também podem — e devem — se unir para criar experiências memoráveis. Exemplos:

  • Uma cafeteria com uma marca de cosméticos naturais para kits de autocuidado
  • Um estúdio de pilates com uma marca de moda fitness para lançamentos temáticos

O segredo está no alinhamento de propósito, estética e público-alvo. Para tirar uma collab estratégica do papel, você pode pensar da seguinte forma:

  • Curto prazo: gerar buzz, vendas rápidas e mídia espontânea
  • Médio prazo: testar novos produtos, reposicionar a marca, ampliar canais
  • Longo prazo: criar spin-offs ou produtos escaláveis com recorrência

As collabs também oferecem um benefício raro: liberdade criativa. Como são projetos especiais (e geralmente temporários), as equipes têm mais espaço para inovar, testar e ousar.

Colaborações bem executadas entregam algo raro: memória de marca. Elas surpreendem, envolvem, contam histórias e criam senso de pertencimento.

E a melhor parte? Elas mostram que você não precisa mudar quem é para conquistar novos públicos — só precisa se conectar com quem já conversa com eles.

A pergunta que fica: Com quem sua marca poderia se unir para criar algo que ninguém fez ainda? Talvez o seu maior diferencial não esteja em criar algo novo sozinho — mas em criar algo inesquecível com alguém.


*As opiniões do colunista não refletem, necessariamente, o posicionamento do Economia Real.

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